As recentes revelações do novo livro do jornalista Bob Woodward e um polêmico artigo publicado no New York Times no dia 5 de setembro, descrevem o presidente norte-americano como instável e impulsivo em relação aos assuntos de segurança nacional.
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Tais fatos e relatos levantaram a questão sobre se os comandantes militares dos EUA têm ou não autoridade suficiente para desafiar uma ordem direta do presidente e quais seriam essas circunstâncias.
Donald Trump © Sputnik / Serguey Guneev |
Um dos principais assessores de Trump acredita que o presidente não está apto a atuar como o homem mais poderoso do mundo, e que constantemente seus funcionários precisam alterar e suavizar as ordens expressas pelo líder, segundo a publicação.
Anteriormente, o principal comandante nuclear dos EUA, general John Hyten, disse publicamente que rejeitaria a ordem de Trump de um ataque nuclear, se esta fosse "ilegal".
A única base para contestar uma ordem direta do presidente é que seja ilegal, imoral ou antiética, segundo artigo da CNN.
Em audiência do Comitê de Relações Exteriores do Senado sobre a autoridade do presidente de usar armas nucleares, realizada em novembro de 2017, o ex-chefe do Comando Estratégico dos EUA, general aposentado Robert Kehler, explicou que há exceções dentro do sistema, que garantem a legalidade de qualquer ordem.
Ele também destacou que "somente o presidente dos EUA pode ordenar o uso de armas nucleares dos EUA", mas que o Exército não segue as ordens à risca.
No processo de tomada de decisão em quase todos os níveis, do tático ao estratégico, os diretores jurídicos e os advogados militares participam de forma ativa, informou o analista militar da CNN, John Kirby.
Tais especialistas devem garantir que autoridades uniformizadas, antes de tomar qualquer decisão final sobre o uso da Força Armada em defesa da nação, considerem os princípios da lei de guerra.
"Os comandantes subordinados e os líderes designados têm o dever, a responsabilidade e as diretivas oficiais de comunicação para fazê-la [ordem]", caso haja algum motivo para questionar a legalidade das ordens presidenciais, concluiu o especialista.