Segundo a mídia americana, a escolha do nome nada mais é do que uma tentativa do Departamento de "zombar" de Moscou.
Sputnik
O Departamento de Estado dos EUA anunciou a criação de uma nova posição para lutar contra as "atividades malignas da Rússia" e que foi batizada de Senior Advisor for Russian Malign Activities and Trends (Assessor Sênior para Atividades e Tendências Malignas da Rússia), ou SARMAT — um acrônimo que combina com o nome do sistema de mísseis russos Sarmat, relatou a CNBC.
Teste do míssil russo Sarmat © Foto : Ministério da Defesa da Rússia |
"Trollar é o último golpe no confronto entre EUA e Rússia, já que os dois países continuam participando de um conflito insólito, tão típico do século XXI", disse o autor da publicação, Tucker Higgins.
De acordo com a mídia, o confronto entre os EUA e a Rússia passou dos campos de batalha sírios para a "zona de guerra" dos memes e se tornou uma "guerra dialética" que pode ser comparada à Guerra Fria.
Por sua parte, o ex-embaixador dos EUA na Rússia e autor do livro "Da Guerra Fria à paz quente", Michael McFaul, descreveu como "curiosas" as tentativas de Washington de "trollar" o Kremlin.
Por sua vez, o ex-funcionário do Departamento de Estado, Stephen Sestanovich, manteve-se cético sobre a criação do novo cargo SAMART e brincou que a notícia "poderia ter sido inventada por algum comediante". Ele também disse que "um acrônimo engraçado" não pode melhorar as relações entre Washington e Moscou.
Mas o que fará o SARMAT americano?
De acordo com uma declaração oficial do secretário de Estado adjunto dos EUA, Wess Mitchell, ele será responsável por "desenvolver as estratégias inter-regionais entre os departamentos" e "expor publicamente as atividades malignas da Rússia".
O Sarmat russo é um míssil hipersônico intercontinental pesado, capaz de transportar até 15 ogivas termonucleares manobráveis. Um único projétil deste tipo poderia cobrir uma área de até 700 mil quilômetros quadrados, o equivalente ao território de países como a França ou o estado do Texas.
Deve-se notar que em várias ocasiões o Kremlin afirmou que o novo armamento russo não se destina a atacar ninguém, mas serve para garantir a segurança do país.
A esse respeito, o porta-voz do presidente russo, Dmitry Peskov, reafirmou que era errado ver a mensagem de Putin à Assembleia Federal como um gesto militarista, já que a ideia principal era a necessidade de dar um salto tecnológico.
"Eu repito o que o presidente disse, a Rússia não vai atacar ninguém, essas armas não ameaçam quem não tem planos de atacar o nosso país", explicou.