O analista militar Sebastien Roblin, em seu artigo para a revista The National Interest, comparou o tanque israelense Merkava e o norte-americano M1 Abrams no que se refere a poder de fogo, mobilidade e blindagem.
Sputnik
Poder de fogo
Os dois tanques estão armados com um canhão de 120 milímetros. O do Abrams pode usar projetis com urânio empobrecido para destruir os sistemas de armadura reativa avançados dos tanques russos modernos. Israel, por sua vez, não tem enfrentado nenhuma resistência significativa de tanques inimigos desde os anos 80, e por isso não está preocupado com quaisquer ameaças com armaduras sofisticadas ao seu redor, disse o analista.
Tanque israelense Merkava 4 | Army Technology |
Entretanto, o Merkava, por sua vez, pode lançar mísseis antitanque de seu canhão principal. Os mísseis LAHAT poderiam ser usados para atacar veículos ou helicópteros a uma distância extremamente longa. Os dois veículos estão armados também com sensores e sistemas de controle de fogo sofisticados, bem como com sistemas de ligação de dados para conectar em rede com os tanques aliados.
O tanque israelense está também equipado com um morteiro ligeiro de 60 milímetros. Isso permite ao Merkava lançar munições antipessoal contra alvos fora da linha de visão, por exemplo, atrás de uma parede ou do outro lado de uma colina. Também oferece à tripulação um meio adicional de enfrentar o inimigo sem recorrer aos disparos poderosos de seu canhão principal, uma vantagem importante na guerra de contrainsurgência.
Mobilidade
O M1 foi projetado para participar de combates rápidos entre tanque a longas distâncias, como por exemplo, as operações Tempestade no Deserto ou Liberdade do Iraque.
O Merkava, por sua vez, foi projetado para responder às realidades israelenses, incluindo a defesa contra invasões externas e operações de contrainsurgência em ambiente urbano ou terreno montanhoso, como as Colinas de Golã.
Outra vantagem do Merkava perante seus concorrentes ocidentais é que seu compartimento de munições pode ser transformado para levar uma equipe de quatro soldados de infantaria. Essa função destina-se, por exemplo, a evacuar militares feridos de um tanque destruído.
Armadura
A última versão do tanque israelense está equipada com um sistema de blindagem modular compósita, tal como o tanque M1 dos EUA. Entretanto, a armadura do tanque Merkava ainda é inferior à dos EUA com urânio empobrecido.
Os militares israelenses estão mais preocupados com a ameaça colocada pelos mísseis antitanque. Depois da guerra no Líbano em 2006, em Israel foi criada a versão Merkava IVM Windbreaker do tanque, que possui uma forte capacidade de defesa antimíssil e pode detectar os mísseis com seu radar, bem como detectar donde foi lançado o míssil, permitindo contra-atacar o inimigo rapidamente.
O Merkava tem outras caraterísticas incomuns para aumentar a capacidade de sobrevivência da tripulação, bem como suas necessidades humanas básicas. Por exemplo, o motor do tanque está instalado em frente do compartimento da tripulação para amortizar parcialmente o fogo de artilharia do inimigo. Os tanques são equipados também com sistemas de ar-condicionado.
Roblin sublinha que os dois tanques foram projetados de acordo com diferentes doutrinas nacionais e necessidades operacionais. Enquanto os tanques dos EUA são destinados para participar de operações militares rápidas com os tanques inimigos como alvo principal, o Merkava deve realizar combates defensivos e prestar ajuda em operações de contrainsurgência em ambiente urbano ou terreno montanhoso.