A espionagem na indústria militar é uma das formas mais eficazes de obter a tecnologia que não se possui. Na guerra invisível conduzida pelos serviços secretos todos os meios são usados.
Sputnik
A Sputnik conta sobre as tecnologias das quais, em vários momentos, os governos conseguiram se apropriar.
Yakovlev Yak-141 | Reprodução |
Drone desaparecido
Em 4 de dezembro de 2011, o mais novo drone stealth norte-americano RQ-170 Sentinel desapareceu no oeste do Afeganistão. Segundo o Pentágono, alguém "cortou" o canal de comunicação entre o drone e o operador. Cinco dias depois, um veículo aéreo não tripulado com características de design semelhantes foi apresentado na televisão iraniana. Ainda não se sabe exatamente como o controle do drone foi interceptado. Especialistas acreditam que isso não poderia ter acontecido sem um moderno sistema de guerra eletrônica entregue ao Irã pela Rússia ou China. Não há informações oficiais sobre esse assunto.
O ex-presidente dos EUA, Barack Obama, apelou às autoridades da República Islâmica para que devolvessem o drone, mas o representante do Ministério das Relações Exteriores do Irã se recusou a fazê-lo. A liderança iraniana anunciou planos para copiar o RQ-170 e lançar uma série de análogos de seu próprio projeto.
Copiar os outros
A China é considerada um mestre incomparável na cópia de tecnologias. Um exemplo notável é o caça chinês J-11, cópia do russo Su-27SK. Desde 1992, Moscou forneceu a Pequim 76 caças Su-27SK e, em 1995, vendeu uma licença para a produção de outras 200 aeronaves. Desde 1996, sob o nome de J-11, eles foram construídos em Shenyang, usando componentes russos. No entanto, posteriormente a China recusou os componentes russos e começou a construir caças com seus próprios componentes. Na verdade, isso significa produzir uma cópia pirata. Mas o calcanhar de Aquiles acabaram sendo os motores, que, ao contrário dos russos, não são confiáveis e desenvolvem menos tração.
Os caças não são o único tipo de armas que a China copiou da Rússia. O sistema de defesa antiaérea HQ-17 é muito semelhante ao sistema de mísseis Tor-M1 (no final da década de 1990, a China comprou 35 unidades), o sistema de mísseis HQ-9 é "irmão gêmeo" do russo S-300PMU-1. Evidentemente, a China refuta todas as acusações de plágio.
Pegar em combate
Falando da Rússia, um troféu inestimável (e inesperado) foi obtido durante a operação de cinco dias para forçar a Geórgia à paz, realizada em agosto de 2008. Os militares russos capturaram armas autopropulsionadas tchecas Dana de 152 mm, veículos blindados turcos Kobra, veículos automóveis multifunção de alta mobilidade HMMWV norte-americanos com comunicação padrão e equipamento de navegação, metralhadoras israelenses Negev, rifles de assalto norte-americanos M-16A2 e outras "pequenas coisas".
Para além disso, foi capturado algo ainda mais importante: 15 tanques T-72-SIM1. Esses veículos soviéticos passaram por uma profunda modernização sob o controle de especialistas israelenses da Elbit Systems. Atualmente a maioria dos análogos desses sistemas, já de produção nacional, está em tanques de combate russos.
Comprar por uma pechincha
O destino das aeronaves com pouso e decolagem vertical, desenvolvidas na URSS para porta-aviões, repetiu em muitos aspectos o destino da maioria dos porta-aviões soviéticos. Se o primeiro desses caças, o Yak-38, foi retirado do arsenal da Marinha Soviética devido à elevada taxa de acidentes e características de desempenho medíocres, o Yak-141 não teve futuro por falta de dinheiro. No final de 1991, o financiamento do programa foi encerrado e a aeronave foi oferecida a clientes estrangeiros.
Cientistas e projetistas dos EUA aproveitaram a oportunidade para ficar com parte da documentação técnica do Yak-141. Seu atual caça de quinta geração F-35 — mais precisamente, sua modificação F-35B – é estranhamente semelhante a um avião soviético. Muitos especialistas em aviação observaram que o ventilador rotativo, desviado em 95 graus e fornecendo tração vertical à aeronave, praticamente replica o motor do Yak-141.