O diário South China Morning Post comunicou que a China está elaborando uma nova geração de caças ambarcados para substituir o avião J-15.
Sputnik
A informação, com referência ao vice-comandante da Força Aérea do Exército Popular de Libertação da China (EPL), tenente-general Zhang Honghe, foi acompanhada por comentários sobre imperfeição técnica deste avião e necessidade da sua substituição mais rápida.
Shenyang J-15 chinês © AP Photo / Xinhua, Zha Chunming |
A edição norte-americana The National Interest tirou a mesma conclusão, com base nestes dados, sobre falhas incorrigíveis do avião e o desejo dos chineses de o substituir.
Em entrevista à Sputnik China, o especialista militar russo, Vasily Kashin, expressou a sua opinião sobre até que ponto estas afirmações são corretas.
"Parece que essas conclusões são prematuras. É mais provável que o J-15 continue constituindo a base da aviação embarcada da Marinha do EPL por muitos anos e até décadas por vir. O avião será aperfeiçoado e os seus problemas atuais serão gradualmente corrigidos", destacou.
Para ele, a elaboração da nova geração de aviões embarcados na China não significa que haja problemas com a modificação existente. O desenvolvimento é o princípio do funcionamento da indústria militar chinesa.
Por exemplo, sabe-se que os trabalhos sobre o caça de sexta geração se iniciaram na Corporação da Indústria de Aviação de Shenyang ainda antes da produção em série do caça atual de quinta geração J-20 da Força Aérea chinesa. Ainda antes apareceram dados incompletos de que como possível futuro caça embarcado está sendo considerada a modificação naval do jato prospectivo J-31 (FC-31).
O problema é que mesmo a modificação básica do avião FC-31 ainda está sendo testada. O segundo protótipo deste avião começou seus voos de teste só nos finais de 2016. Até o fim dos testes da modificação terrestre do avião será necessária mais uma série de protótipos.
Até o final dos testes da versão terrestre do avião, chegará a hora de preparar os testes de voo da modificação naval da aeronave sobre a qual já estariam trabalhando os engenheiros. A próxima etapa será a produção em série do aparelho, o que no mínimo vai acontecer na segunda metade da próxima década. Até esse momento, os chineses vão ter que se contentar com o J-15.
Kashin ressalta que problemas pequenos não devem surpreender, por que na época a China decidiu poupar um pouco. Em vez de comprarem à Rússia caças Su-33 e a licença para sua produção, os chineses compraram a preço baixo à Ucrânia um protótipo do Su-33 usado para testes sob o nome T-10K-7. Ao receber este avião, os engenheiros chineses começaram a criar a sua cópia melhorada.
Consecutivamente, o muito trabalho que se realizou na Rússia para aperfeiçoar e estudar o avião e elaborar as abordagens corretas para sua exploração não lhes foi útil. Como consequência, os trabalhos de projeto do J-15 se arrastaram um pouco, levaram a maiores despesas e os primeiros aviões não eram tão seguros.
No entanto, a modificação básica do J-15 serve bem como caça naval pesado. Tem o alcance grande desta classe e armas potentes. A sua grande vantagem do ponto de vista de exploração também é que a sua estrutura é parecida e muito unificada com os aviões costeiros J-11B/BS, J-16 e Su-30 da Marinha e Força Aérea do EPL.
"Depois de gastarem tempo e dinheiro adicional, os chineses, pelo visto, vão superar as dificuldades existentes e receber à sua disposição um avião embarcado seguro e potente", concluiu Kashin.