Sem dinheiro para financiar a encomenda de submarinos novos – conforme planejava até o ano passado – e com sua indústria naval militar qualificada somente a construir unidades de superfície até o porte de 1.500 toneladas, a Armada do Chile desistiu, temporariamente, de lançar de forma oficial uma concorrência para a aquisição de dois submarinos novos, e formalizou apenas um plano de “atualização” dos seus dois navios de origem alemã do modelo IKL-209/1400 – o Simpson e o Thomson –, que já têm 34 anos de construídos.
Por Roberto Lopes | Poder Naval
O anúncio da revitalização dos IKL foi feito pelo comandante en jefe de la Fuerza de Submarinos, contra-almirante Carlos Schnaidt Mecklenburg (um filho e neto de submarinistas chilenos que frequentou o curso de Comandante de Submarinos da Marinha do Brasil), durante entrevista ao jornal El Mercurio que foi publicada na quarta-feira da semana passada (04.07).
Submarino Thomson, IKL-209 |
O oficial, de 52 anos, declarou que as embarcações assim remodeladas poderão se manter em atividade por mais uns 15 anos, o que, ao menos em tese, permitirá ao governo local preparar-se, economicamente, para licitar a aquisição de dois submarinos convencionais – diesel-elétricos – de última geração.
Nos últimos três anos, tanto o grupo alemão ThyssenKrupp Marine Systems, fornecedor do IKL, quanto o francês Naval Group, fabricante do submarino classe Scorpène, que também integra a frota chilena, vêm oferecendo seus navios aos militares do Chile. Mas também a indústria sueca SAAB prometia disputar a preferência do cliente sul-americano, oferecendo o seu modelo A26, de 1.900 toneladas (ligeiramente mais leve que o Scorpène).
ICN
De acordo com uma fonte do Ministério das Relações Exteriores do Brasil familiarizada com a questão dos submarinos chilenos, o adiamento da compra pelos chilenos, permitirá que eles observem melhor a recente qualificação da empresa brasileira Itaguaí Construções Navais (ICN) – associação da Odebrecht com o Naval Group – para a produção de submarinos da Classe Scorpène.
Em tese, acompanhar a construção de submarinos de alto desempenho no estado do Rio de Janeiro seria, para os chefes navais do Chile uma operação muito mais simples e imensamente mais barata do que fazer o mesmo na Europa.
Além disso, a Marinha do Brasil (MB) vem contatando as marinhas amigas no sentido de avisá-las sobre sua intenção de manter a carga de trabalho da ICN, tão logo a companhia entregue os quatro Scorpènes que constrói para o Comando da Força de Submarinos sediado na Ilha de Mocanguê, em Niterói (RJ).
Na entrevista Schnaidt também admitiu que o novo período de manutenção planejado para os IKL chilenos incluirá uma revisão dos procedimentos de segurança – consequência direta do desaparecimento do submarino argentino ARA San Juan (causado por uma explosão em uma das praças de baterias do navio, aparentemente em decorrência do ingresso indesejável de água no navio pelo tubo do snorkel). Tenemos procedimientos que realizamos con acuciosidad y siempre revisamos nuestros protocolos, ressaltou o comandante chileno.
Com dois submarinos tipo IKL-209 e dois Scorpènes – o O’Higgins e o Carrera – a Força de Submarinos chilena é, por ora, a mais moderna e importante da América do Sul, condição que deve perder para a sua congênere brasileira já no ano de 2020, quando o Riachuelo, primeiro Scorpène brasileiro (de um modelo bem mais moderno que os barcos chilenos), estiver sendo entregue ao setor operativo da MB.
Classe H
Em tese, acompanhar a construção de submarinos de alto desempenho no estado do Rio de Janeiro seria, para os chefes navais do Chile uma operação muito mais simples e imensamente mais barata do que fazer o mesmo na Europa.
Além disso, a Marinha do Brasil (MB) vem contatando as marinhas amigas no sentido de avisá-las sobre sua intenção de manter a carga de trabalho da ICN, tão logo a companhia entregue os quatro Scorpènes que constrói para o Comando da Força de Submarinos sediado na Ilha de Mocanguê, em Niterói (RJ).
Na entrevista Schnaidt também admitiu que o novo período de manutenção planejado para os IKL chilenos incluirá uma revisão dos procedimentos de segurança – consequência direta do desaparecimento do submarino argentino ARA San Juan (causado por uma explosão em uma das praças de baterias do navio, aparentemente em decorrência do ingresso indesejável de água no navio pelo tubo do snorkel). Tenemos procedimientos que realizamos con acuciosidad y siempre revisamos nuestros protocolos, ressaltou o comandante chileno.
Com dois submarinos tipo IKL-209 e dois Scorpènes – o O’Higgins e o Carrera – a Força de Submarinos chilena é, por ora, a mais moderna e importante da América do Sul, condição que deve perder para a sua congênere brasileira já no ano de 2020, quando o Riachuelo, primeiro Scorpène brasileiro (de um modelo bem mais moderno que os barcos chilenos), estiver sendo entregue ao setor operativo da MB.
Classe H
Na terça-feira 3 de julho a Força de Submarinos do Chile completou o seu 101º aniversário, data comemorada na Base Naval de Talcahuano, em uma solenidade presidida pelo Comandante da Marinha chilena, almirante Julio Leiva Molina.
Hoje, além dos navios, essa Força dispõe da Escuela de Submarinos “Almirante Allard” (fundada em 1920), e de uma Escuela de Armas Antisubmarinas – instituições que, nos últimos 30 anos, já receberam alunos submarinistas de Argentina, Brasil, Equador, África do Sul, México e Coreia do Sul.
A cerimônia do 3 de julho lembrou a incorporação, em 1917, nos Estados Unidos, dos primeiros seis submarinos chilenos, todos da Classe H – Guacolda, Tegualda, Rucumilla, Quidora, Fresia e Guale –, navios de 434 toneladas de deslocamento (em imersão), 4 tubos lança-torpedos e 22 tripulantes.
Hoje, além dos navios, essa Força dispõe da Escuela de Submarinos “Almirante Allard” (fundada em 1920), e de uma Escuela de Armas Antisubmarinas – instituições que, nos últimos 30 anos, já receberam alunos submarinistas de Argentina, Brasil, Equador, África do Sul, México e Coreia do Sul.
A cerimônia do 3 de julho lembrou a incorporação, em 1917, nos Estados Unidos, dos primeiros seis submarinos chilenos, todos da Classe H – Guacolda, Tegualda, Rucumilla, Quidora, Fresia e Guale –, navios de 434 toneladas de deslocamento (em imersão), 4 tubos lança-torpedos e 22 tripulantes.