O submarino argentino ARA San Juan tentou entrar em contato com a base naval de Mar del Plata ao menos três vezes no dia do seu desaparecimento, ocorrido em 15 de novembro de 2017, informa a imprensa local.
Sputnik
"Ouvi alguém tentar transmitir uma mensagem nas frequências do submarino", disse o suboficial Rubén Darío Espinola aos membros da comissão do Congresso que investiga o desaparecimento do submarino, conforme o diário La Nación.
Submarino argentino ARA San Juan © AP Photo / Marinha da Argentina |
Espínola, que falou perante a comissão em 12 de julho, adicionou que tinha informado verbalmente os seus chefes e que, três dias depois, quando se juntou ao serviço, registrou as tentativas fracassadas de comunicação do submarino.
"Disse ao cabo que estava comigo: chame a estação portuária para ficar atenta, que o submarino está emitindo. Para mim era o submarino porque era a frequência do submarino. Não podia ser outra coisa", afirmou o marinheiro.
Espínola disse que as tentativas de comunicação do submarino ocorreram três horas depois da anomalia hidroacústica registrada na embarcação, com uma diferença de cinco minutos entre cada uma.
"Eu sabia que o submarino tinha recebido essa mensagem secreta que dizia que o submarino tinha perturbações", declarou.
Também explicou que não foram chamadas telefônicas, mas tentativas de transmitir dados.
"Como estação auxiliar, recebemos transmissões cifradas", disse aos legisladores.
A senadora Magdalena Odarda destacou que a informação de Espínola é "de importância vital", porque se tivessem sido tentativas de comunicação por parte do ARA San Juan que foram omitidas pelos chefes do suboficial "teriam que investigar se houve negligência nas horas-chave para o resgate".
Por outro lado, o diretor-geral da Inteligência Naval, Pedro Eugenio Galardi, destacou que havia um agente de inteligência a bordo da nave, informou o diário Clarín.
"Durante todo o ano de 2017 era habitual a presença de pessoal de inteligência nos navios", disse o marinheiro.
Consultado pelos legisladores sobre as tarefas da inteligência, Galardi afirmou que não houve ordens da Direção Nacional de Inteligência Militar para realizar missões de inteligência.
Em 15 de julho, passados oito meses após o desaparecimento do navio, os familiares dos 44 tripulantes da nave realizaram uma marcha para exigir que as buscas do submarino sejam retomadas.