A intervenção militar da coalizão liderada pelos EUA na Síria é frequentemente criticada pela falta de mandato para conduzir operações militares na República Árabe, ou seja, sem a aprovação de Damasco para fazê-lo.
Sputnik
Um comitê do Bundestag alemão, chefiado pelo político esquerdista Alexander Neu, assinalou que a presença militar russa na Síria é "considerada permissível no âmbito do direito internacional", já que o governo sírio solicitou assistência de Moscou, informou nesta terça-feira (11) o serviço de notícias Tagesschau.
Bundestag | Reprodução |
Em particular, Neu destacou que as forças russas estão operando na Síria com "aprovação explícita do governo sírio".
O comitê descreveu o papel atual da coalizão liderada pelos EUA na crise da Síria como mais complicado, assinalando que o fornecimento de armas a combatentes no país era uma possível violação do direito internacional.
Além disso, o político afirmou que a intervenção na Síria para combater o Daesh (proibido na Rússia e em vários outros países) e outros grupos terroristas é legítima, mas somente caso a própria Síria seja "incapaz ou não estar disposta" a fazê-lo.
Como o exército sírio vem combatendo os terroristas, alguns dos quais têm recebido apoio militar de Washington, o comitê parlamentar destacou que muitos especialistas em direito internacional qualificam a intervenção dos EUA na Síria como injustificável.
Além disso, de acordo com o relatório do comitê do Bundestag, o Daesh foi em grande parte derrotado e não existe mais como uma força militar organizada na Síria, então a "lei de autodefesa da coalizão liderada pelos EUA tem sido cada vez mais difícil de justificar", e os EUA devem considerar o encerramento de sua campanha militar na Síria.
Damasco tem frequentemente condenado as ações da coalizão encabeçada por Washington no seu território, e está particularmente preocupada com a construção de bases militares norte-americanas, que o governo sírio considera como uma violação da soberania do país.
A Rússia começou a efetuar ataques aéreos contra as posições dos terroristas na Síria em setembro de 2015 a pedido do presidente sírio, Bashar Assad.