O Reino Unido aumentará sua presença no Atlântico Norte devido ao aumento do poderio da Marinha Russa, informou a mídia. Em entrevista ao serviço russo da rádio Sputnik, o especialista militar Viktor Litovkin, disse que isso não ajudará a obstaculizar os objetivos estabelecidos pela Rússia.
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As forças navais britânicas aumentarão sua presença no Atlântico Norte para resistir à ameaça da Rússia, disse o chefe da Marinha Real, almirante Philip Jones, à Sky News.
HNS Bulwark da Marinha da Grã-Bretanha © AP Photo / Ariel Schalit |
Segundo o almirante, a criação de uma zona conjunta de operações da OTAN está prevista no Atlântico Norte, o que tornará a região uma área prioritária para o governo britânico e permitirá, de forma mais regular, enviar para esta área navios de guerra e aeronaves. Ele observou que essas ações são uma resposta à crescente ameaça da Rússia, informou o canal de televisão.
"Esta é uma restauração intensificada do poder e da escala, sobre a qual não pensávamos ainda há dez anos. Tivemos que responder a isso", disse Jones, referindo-se ao potencial da Marinha russa e destacando as capacidades da Marinha russa para um posicionamento rápido.
A declaração do almirante britânico ocorreu várias semanas após a declaração dos EUA sobre a restauração da Segunda Frota no oceano Atlântico, também em resposta à "ameaça do lado russo", disse o canal.
Durante uma entrevista, o coronel aposentado Viktor Litovkin comentou as palavras de Philip Jones.
"Agradecemos ao almirante britânico por avaliar tão bem a nossa Marinha. Naturalmente, hoje a nossa frota tem competência considerável para resolver as tarefas que lhe são atribuídas: defender seu território, dissuadir um possível agressor e controlar importantes regiões do mundo. Mas, claro, nossa frota é inferior à dos EUA, que é aliada da Marinha britânica e que opera contra a nossa Marinha, por exemplo, no Atlântico. Entretanto, nós provamos repetidamente nossas vantagens durante o serviço no mar Mediterrâneo. Os navios da Frota do Norte atingiram terroristas no território da Síria, cumprindo esta tarefa com muito sucesso", disse Victor Litovkin.
Ele observou que a Marinha britânica não poderia impedir a nossa atividade militar.
"A Marinha britânica possui apenas quatro submarinos estratégicos, que hoje já estão ficando ultrapassados. Eles precisam ser substituídos, mas o governo não aloca dinheiro para isso. O único porta-aviões britânico, que foi construído recentemente, teve um vazamento e foi necessário que retornasse à base para posterior reparação. Portanto, quando almirantes britânicos dizem que vão monitorar o Atlântico Norte para reprimir as ações de nossa frota [russa], isso parece mais uma presunção para os especialistas militares russos. Apesar de todos os seus esforços, nossos navios e submarinos ainda atravessam o Atlântico Norte, seguem para o Mediterrâneo, e realizam outras tarefas. E, claro, a frota inglesa não poderia impedir nossa atividade militar. Mas quero enfatizar que não tencionamos atacar ninguém. Construímos a nossa Marinha para proteger nossos interesses nacionais, de modo que o almirante está se preocupando em vão", disse o especialista militar.