O Instituto Naval dos Estados Unidos (USNI na sigla em inglês) – organização privada sem fins lucrativos sediada na cidade de Annapolis (a mesma que abriga a Academia Naval americana), estado de Maryland – distribuiu um boletim informativo chamando a atenção para o fato de que a Marinha do Brasil (MB) desistiu, pela segunda vez consecutiva, de participar do exercício naval RIMPAC (Rim of Pacific) – “Arco do Pacífico” –, que se desenrola no eixo Pearl Harbor-estado da Califórnia, a maior e mais importante manobra naval multinacional do mundo.
Por Roberto Lopes | Poder Naval
De acordo com a entidade, a ausência do Brasil foi confirmada pela III Frota dos Estados Unidos, responsável pelo evento.
O texto anota que, entre as quatro marinhas previstas para estrear na RIMPAC 2018, apenas a brasileira deixou de comparecer (o que já havia feito em 2016), devido, segundo o boletim, a “imprevistos nos seus compromissos programados” (unforeseen scheduling commitments), imprevistos estes que não foram identificados.
As demais marinhas estreantes, de Israel, do Vietnã e do Sri Lanka, participam normalmente das operações. A frota chinesa, que também havia sido convidada para o exercício, foi desconvidada pela III Frota no mês de maio.
Também chamada a tomar parte nas manobras, a Armada Argentina igualmente declinou, mas, ao contrário do caso do Brasil, os militares americanos já esperavam essa ausência.
A não-participação do Brasil se deve, como é fácil imaginar, às restrições vividas pelo setor operativo da MB – restrições que, por sinal, não se originam, somente, na falta de recursos. Também têm a ver com a obsolescência (de sensores, armamento e propulsão) dos principais escoltas brasileiros.
Chile
As demais marinhas estreantes, de Israel, do Vietnã e do Sri Lanka, participam normalmente das operações. A frota chinesa, que também havia sido convidada para o exercício, foi desconvidada pela III Frota no mês de maio.
Também chamada a tomar parte nas manobras, a Armada Argentina igualmente declinou, mas, ao contrário do caso do Brasil, os militares americanos já esperavam essa ausência.
A não-participação do Brasil se deve, como é fácil imaginar, às restrições vividas pelo setor operativo da MB – restrições que, por sinal, não se originam, somente, na falta de recursos. Também têm a ver com a obsolescência (de sensores, armamento e propulsão) dos principais escoltas brasileiros.
Chile
O RIMPAC 2018 teve início na sexta-feira da semana passada (29.06) e irá se estender até o dia 2 de agosto.
Fragata “Almirante Lynch” FF-07 da Armada Chilena, que está participando da RIMPAC 2018 |
A edição deste ano terá muitas marcas importantes, especialmente para as forças navais sul-americanas.
Chile, Peru e Colômbia enviaram escoltas ao Havaí, e, pela primeira vez, uma nação não-fundadora do RIMPAC – Chile – ocupará posição de liderança no componente naval do exercício.
A questão da indisponibilidade de meios não é um “privilégio” da MB.
A III Frota solicitou que os peruanos enviassem ao Havaí um navio-tanque, mas o Comando da Marinha de Guerra do Peru informou que o BAP Tacna, de 17 mil toneladas, estava indisponível.
Na essência, a RIMPAC 2018 será uma festa tipicamente americana, ou dos militares americanos.
Sua programação inclui o lançamento, por parte de uma aeronave da US Air Force, de um Míssil Anti-Navio de Longo Alcance (LRASM), o disparo, pela Força de Autodefesa do Japão, de outros mísseis anti-navio, o voo de um Naval Strike Missile (NSM), e o lançamento de diversas cargas paletizadas, evento que estará a cargo do US Army.
Pela primeira vez desde o RIMPAC 2002, o Centro de Comando da III Frota será transferido de San Diego (Califórnia) para Pearl Harbor. Ele funcionará inicialmente nas instalações de um hospital do Havaí, e depois a bordo do novíssimo navio-doca USS Portland, de 208,5 m de comprimento e 25 mil toneladas de deslocamento (carregado).