Ancara prometeu encontrar alternativas após o Senado dos EUA ter decidido excluí-la do programa de produção do caça F-35 e disse que não iria desistir dos sistemas S-400 russos apesar da medida.
Sputnik
Ontem (18), o Senado norte-americano adotou o projeto de orçamento para 2019 que prevê a suspensão da participação da Turquia no programa de produção do caça F-35 devido às intenções de Ancara de adquirir sistemas de defesa aérea russos S-400. Entre outras razões da medida, Washington mencionou também a detenção do pastor americano Andrew Brunson na Turquia.
F-35 Lightining II © AP Photo / Ross D. Franklin |
"É um desenvolvimento desagradável da situação. Mas a Turquia encontrará uma alternativa. Ficamos tristes por ver tais ações por parte dos EUA, pois contradizem a ideia de parceria estratégica", afirmou o primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, citado pelo canal de TV NTV.
O chanceler turco, Mevlut Cavusoglu, também declarou que Ancara não desistirá de comprar os sistemas S-400 russos apesar da decisão do Senado americano.
"É no estilo do Ocidente, criar crises artificiais. Pensam que quando querem podem vender e quando não querem — não vender. A Turquia abandonou este esquema de relações", comentou o ministro turco ao NTV.
Segundo ele, possíveis sanções por causa da compra de S-400 russos são um rumo errado que apenas levará a uma crise nas relações.
A Turquia participa do projeto de produção do F-35 junto com outros oito países. O país deveria investir no desenvolvimento da aeronave cerca de 11 bilhões de dólares, dos quais Ancara já encaminhou cerca de $800 milhões. Os EUA, por sua parte, deveriam fornecer à Turquia 100 caças de quinta geração.
As relações entre Ancara e Washington se agravaram em dezembro de 2017, quando representantes russos e turcos assinaram um contrato de fornecimento de sistemas S-400. Os Estados Unidos e outros países-membros da OTAN criticaram repetidamente a Turquia pela decisão, afirmando que tal poderia afetar a entrega dos F-35 a Ancara.