As aspirações do Senado estadunidense de recusar o fornecimento dos F-35 para a Turquia pode acabar sendo um pesadelo para a Aliança Atlântica, pois nesse caso Ancara comprará os equipamentos militares à Rússia, escreve a mídia norte-americana.
Sputnik
"A Turquia já concordou em comprar os sistemas de mísseis russos S-400. Devido a isso, Moscou pode ganhar a possibilidade de ‘penetrar' no sistema defensivo da OTAN, o que seria um pesadelo para a Aliança", escreve o autor do artigo na edição Business Insider.
F-35 Lightining II © AFP 2018/ Evert-Jan Daniels |
O jornalista descreve o S-400 como "uma das mais avançadas plataformas de defesa antimísseis", destinada também para atacar os aviões norte-americanos que contam com a tecnologia furtiva.
No que se trata da decisão dos senadores em relação aos F-35, em vez deles Ancara pode passar a comprar os caças multifuncionais de 5ª geração Su-57. Isto representa uma ameaça séria para a OTAN e particularmente para sua aviação, indica o artigo.
Em uma conversa com o portal, o tenente-general aposentado da Força Aérea dos EUA, David Deptula, observou que os países-membros da Aliança "não querem incorporar os sistemas russos em seu sistema de defesa antiaérea".
Entretanto, o militar não acredita que a Turquia dê preferência aos caças Su-57. Segundo ele, a compra não tem sentido, pois essas aeronaves são incompatíveis com os sistemas da OTAN.
De fato, Deptula manifesta avaliação negativa do novo avião russo, porém, a edição BI frisa que, como provaram as recentes fotos tiradas na última Parada da Vitória em Moscou, este caça é um concorrente direto dos F-22 e F-35 norte-americanos.
"Por isso, caso a Turquia compre os Su-57, seria um cenário terrível para a segurança da OTAN por razões tanto militares quanto diplomáticas", resume o autor da matéria.
Vários dias atrás, o Senado aprovou uma nova versão do projeto de lei sobre a política de defesa, que prevê inclusive descartar a venda dos F-35 para a Turquia. Do ponto de vista de um dos senadores, é perigoso entregar esses aviões para um país que comprou um sistema cujo objetivo é, de fato, abater tais aviões.