Nove países da UE formalizarão nesta segunda-feira (25) um plano para criar uma força de intervenção militar europeia, disse um ministro francês, com o Reino Unido apoiando a medida como forma de manter fortes laços de defesa com o bloco após o Brexit, segundo a AFP.
Sputnik
A força, conhecida como Iniciativa Europeia de Intervenção e defendida pelo presidente francês Emmanuel Macron, pretende ser capaz de se posicionar rapidamente para lidar com crises.
Militares da Força da União Europeia (EUFOR) na República Centro-Africana © AFP 2018 / STR |
Uma carta de intenções deverá ser assinada em Luxemburgo nesta segunda-feira (25) por França, Alemanha, Bélgica, Reino Unido, Dinamarca, Holanda, Estônia, Espanha e Portugal, disse o ministro francês da Defesa, Florence Parly, ao jornal Le Figaro.
A iniciativa envolve "um trabalho de planejamento conjunto sobre cenários de crise que poderiam potencialmente ameaçar a segurança europeia", segundo uma fonte próxima do ministro, incluindo desastres naturais, intervenção em uma crise ou evacuação de cidadãos.
A iniciativa estaria separada de outra cooperação de defesa da UE, o que significa que não haveria nenhum obstáculo para o Reino Unido tomar parte depois de deixar o bloco.
"Esta é claramente uma iniciativa que permite a associação de alguns países não membros da UE", disse o ministro francês. "O Reino Unido tem estado muito interessado porque quer manter a cooperação com a Europa além dos laços bilaterais", acrescentou.
25 países da UE assinaram um grande pacto de defesa em dezembro, concordando em cooperar em vários projetos militares, mas não está claro se o Reino Unido poderá participar de qualquer um deles depois que deixar o bloco europeu.
A UE tem quatro "grupos de combate" militares multinacionais desde 2007, mas desacordos políticos fizeram com que as tropas nunca fossem mobilizadas.
Paris espera que, concentrando-se em um grupo menor de países, sua nova iniciativa possa atuar de forma mais decisiva, livre dos encargos que às vezes dificultam a ação dos 28 membros da UE e da OTAN, composta por 29 membros.
A Itália havia demonstrado originalmente interesse na proposta. O novo governo em Roma "está considerando a possibilidade de se unir" à iniciativa, mas não tomou uma decisão final, disse Parly.
Na sexta-feira (22), a liderança da OTAN, Jens Stoltenberg, afastou a possibilidade de que a iniciativa europeia venha a concorrer com a aliança. Segundo ele, a iniciativa será complementar à OTAN, porém, fez questão de lembrar após o Brexit, 80% do financiamento da organização virá de fora União Europeia.