Político ucraniano revela os passos do plano de reserva ucraniano com vista a resolver o conflito em Donbass.
Sputnik
Em entrevista à edição Apostrof, o ex-embaixador ucraniano na Croácia e atual conselheiro do ministro dos Assuntos dos Territórios Ocupados da Ucrânia, Aleksandr Levchenko, revelou que o plano B sobre Donbass inclui a "desocupação" da Crimeia.
Militar ucraniano próximo a Donetsk © AP Photo / Evgeniy Maloletka |
Ele acredita que, se a Ucrânia não conseguir reintegrar o Donbass, será necessário centrar-se na "desocupação" da Crimeia.
"A recuperação da Crimeia deve ocorrer na ordem inversa à sua captura — primeiro a ocupação da península, e depois o Donbass. Portanto, primeiro devemos recuperar a região mineira e depois tratar da Crimeia. Se a Rússia bloquear o plano de paz de recuperação de Donbass, a parte ucraniana tem um plano B: nos voltarmos para a Crimeia. E então a situação se tornará mais complicada para Moscou, porque a questão da Crimeia abrange automaticamente a questão do Donbass.
"A situação da Crimeia é mais complicada, mas nos lembramos dela e não podemos excluí-la do campo informacional da sociedade ucraniana. É provável que na verdade seja uma questão de vida ou de morte para o Estado", declarou.
A Crimeia separou-se da Ucrânia e se reintegrou à Rússia na primavera de 2014, quando mais de 97% dos residentes da península votaram a favor da reunificação em um referendo. No entanto, Kiev ainda considera a península como território ucraniano.
As autoridades russas ressaltaram inúmeras vezes que a reunificação ocorreu de forma legal, de acordo com o direito internacional.
Quase o mesmo aconteceu com Donetsk e Lugansk, onde foram proclamadas repúblicas populares em resposta ao violento golpe de Estado que ocorreu em Kiev em fevereiro do mesmo ano. Segundo estimativas da ONU, desde o início da crise as hostilidades resultaram em mais de 10 mil mortos.