Decisão deplora o uso "excessivo" da força por Israel nos protestos iniciados em março; sessão de emergência adotou documento passou com 120 votos a favor, 8 contra e 45 abstenções.
Monica Grayley | ONU
A Assembleia Geral da ONU realizou uma sessão de emergência, na quarta-feira, que adotou uma resolução apelando a maior proteção de palestinos e deplorando “uso excessivo, desproporcional e indiscriminado” da força por militares de Israel contra civis palestinos particularmente em Gaza.
Resultados da votação da Assembleia Geral da ONU na resolução sobre a proteção da população civil palestina | ONU/Evan Schneider |
O encontro de emergência dos 193 Estados-membros seguiu-se a semanas de violência ao longo do cerco entre Israel e a Faixa de Gaza, durante protestos de palestinos denominados Marcha de Retorno, iniciados em março.
Vítimas
Agências de notícias dizem que mais de 120 palestinos morreram quando participavam nas manifestações.
O documento foi aprovado esta quarta-feira com 120 votos a favor, 8 contra e 45 abstenções, após a votação de uma ementa dos Estados Unidos condenado o papel do grupo extremista Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
Após várias rodadas de votação como parte dos procedimentos, a proposta garantiu o apoio de 62 países, com 58 votos contra; chegando perto do apoio de maioria de dois terços necessário.
Cúpula
A sessão foi convocada pelo presidente da Assembleia Geral, Miroslav Lajcák, a pedido da Argélia e da Turquia, que presidem o Grupo Árabe e a Cúpula da Organização da Cooperação Islâmica respectivamente.
A resolução “deplora o uso de qualquer força excessiva, desproporcional e indiscriminada pelas forças de Israel contra civis palestinos nos Territórios Palestinos, incluindo Jerusalém Oriental, e particularmente na Faixa de Gaza, incluindo o uso de munições reais contra manifestantes civis, incluindo crianças, bem como pessoal médico e jornalistas, e manifesta sua grande preocupação com a perda de vidas inocentes ”.
O documento também “exige que Israel, a potência ocupante, se abstenha de tais ações e cumpra plenamente suas obrigações e responsabilidades legais” como prevê a 4ª Convenção de Genebra sobre a proteção de civis em momentos de guerra.
De acordo com a decisão, o secretário-Geral deverá após 60 dias, apresentar “propostas sobre formas e meios para garantir a segurança, a proteção e o bem-estar da população civil palestina sob a ocupação israelense, incluindo“ recomendações relativas a um mecanismo de proteção internacional”.
O texto também “deplora o lançamento de foguetes da Faixa de Gaza contra áreas civis israelenses”, mas não menciona o movimento Hamas como responsável por tais lançamentos.