A nova Estratégia Conjunta da Força Aérea da OTAN, que sugere que a aliança poderá não atingir a superioridade aérea sobre potenciais adversários, demonstra o sucesso russo no desenvolvimento militar, nas realizações do complexo industrial de defesa da Rússia e da avaliação sóbria do resultado de um possível conflito com Moscou.
Sputnik
Na terça-feira (26) a OTAN aprovou uma nova estratégia para as suas forças aéreas, que reconhece que a realização de futuras operações da aliança pode ser afetada por modernos sistemas de defesa antiaérea e espaciais, reconhecendo que, pela primeira vez desde a Guerra Fria, a superioridade aérea da OTAN poderá estar em causa.
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"É o reconhecimento de realidades óbvias, do poder do Exército russo e, primeiramente, da Força Aeroespacial, para além do reconhecimento da eficácia do sistema de defesa aeroespacial. A OTAN vê a Rússia como um país poderoso, qualquer conflito pode terminar mal para a própria aliança", disse Igor Korotchenko, editor-chefe da revista russa Natsionalnaya Oborona (Defesa nacional, em russo), na quarta-feira (27).
O analista ressaltou que os sucessos da Rússia no desenvolvimento da sua Força Aeroespacial foram alcançados, em primeiro lugar, graças à entrada em serviço dos aviões Su-30SM e Su-35, além dos bombardeiros Su-34. Ele também lembrou que em um futuro próximo serão adotados os caças de quinta geração Su-57, equipados com armas de alta precisão.
Ainda segundo ele, o Exército russo está sendo equipado em ritmo acelerado com avançados sistemas de defesa de mísseis antiaéreos S-400, S-300B4, Buk-M2 e com modernas estações de radar para o controle do espaço aéreo.
"Portanto, avaliando o potencial das Forças Armadas da Rússia, a OTAN observa com razão que as forças aéreas do bloco não terão mais superioridade. Isso está relacionado certamente com um potencial conflito com a Rússia", concluiu.