O Comité da ONU para a Prevenção da Discriminação Racial pediu hoje ao Governo de Israel que cesse o "uso desproporcional da força" contra os palestinianos que se manifestam ao longo da fronteira na faixa de Gaza.
Lusa
Como parte de um mecanismo de "alerta e ação urgente", o Comité instou Israel a abster-se de "qualquer ato que provoque mais vítimas" e que permita aos palestinianos feridos receberem assistência médica.
MOHAMMED SABER |
Desde o início da "Marcha do Retorno", a 30 de março, mais de cinquenta palestinianos foram mortos, entre os quais pelo menos cinco crianças, além de milhares de feridos.
O Comité sublinhou que as informações fornecidas indicam que "várias das pessoas que morreram ou ficaram feridas não constituíam uma ameaça iminente quando foram atingidas".
Além disso, o organismo da ONU denunciou que existem indícios de que as autoridades israelitas impediram que os feridos recebessem tratamento adequado.
O Comité também pediu a Israel que garanta o respeito aos direitos fundamentais à vida e à segurança pessoal dos palestinianos sob o seu controlo efetivo, como é o caso daqueles que se encontram em Gaza.
Desde que o grupo islâmico Hamas venceu as eleições naquele território em 2006, Israel impôs um bloqueio sobre tudo o que entra e sai da área, incluindo bens e pessoas.
O Comité da ONU também exigiu que as autoridades israelitas tomem medidas contra o aumento das mensagens e dos discursos racistas que incitam a violência contra os palestinianos.
O organismo lamentou ainda que os palestinianos não tenham acesso a mecanismos para a obtenção de justiça contra os abusos sofridos, pelo que o Comité instou Israel a investigar de forma independente tais factos e que os responsáveis sejam processados.