O ministro de Segurança Pública de Israel, Gilad Erdan, disse nesta terça-feira que os assassinatos seletivos de líderes do Hamas, uma prática das forças israelenses durante a Segunda Intifada (2000-2005), é parte da solução para a situação atual na Faixa de Gaza, segundo o jornal "Yedioth Ahronoth".
EFE
Jerusalém - "Devemos voltar com os assassinatos seletivos, e os líderes do Hamas devem voltar a se esconder embaixo da terra e a temer por suas vidas", declarou Erdan em entrevista ao jornal israelense.
Gilad Erdan | The Jerusalem Post |
O ministro indicou que chegou a hora de os líderes do movimento islamita - que Israel, União Europeia, Estados Unidos e outros países consideram terrorista - "pagarem um preço pessoal por organizarem ataques terroristas (...). Líderes do Hamas, como Yahya Sinwar e outros, falam do desejo de morrer perto da cerca (divisória). Então, deixemos que eles o façam".
Segundo Erdan, que é membro do gabinete de segurança de Israel, essa proposta ainda não foi discutida pelos ministros e não representa a postura de mais ninguém, apenas a sua própria.
Em dezembro de 2006, o Supremo Tribunal de Israel se pronunciou sobre os assassinatos seletivos opinando que os mesmos são um modo legítimo de defesa própria contra terroristas e especificou condições para a sua aplicação.
Antes disso, o agora falecido primeiro-ministro Ariel Sharon, com a explosão da Segunda Intifada (a Intifada de Al Aqsa) no ano 2000, empreendeu uma campanha de assassinatos seletivos contra líderes do Hamas, que governa efetivamente a Faixa de Gaza desde 2007.
Depois da morte de 60 palestinos na fronteira durante os protestos de ontem da chamada Grande Marcha do Retorno, Erdan disse que as forças de segurança se preparam hoje "para um dia recorde nos protestos e enfrentamentos que o Hamas tenta provocar na fronteira".
Hoje, o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reunirá a pedido do Kuwait para avaliar a situação.
O ministro de Segurança Pública israelense considerou que "o Hamas quer provocar o maior número de mortes possíveis enquanto as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) e o Estado israelense querem o mínimo possível. Esta é a verdade que temos que explicar para o mundo, com todas as dificuldades que isso representa", concluiu Erdan.