Militares dos EUA estão envolvidos em um programa de não proliferação de armas nucleares que ocorre na Argentina, informaram as fontes do Ministério da Defesa do país sul-americano à Sputnik Mundo.
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"É um exercício de debate intelectual, sem recorrer aos meios militares", assegurou o ministério.
Usina nuclear argentina | Reprodução |
Membros das Forças de Segurança e das Forças Armadas, bem como autoridades de organizações nacionais participam dos exercícios do lado argentino.
Esta iniciativa reúne também representantes dos Ministérios da Defesa, Segurança, Relações Exteriores, Saúde e da Direção Geral de Alfândegas.
A iniciativa "faz parte das relações bilaterais entre o nosso país e os Estados Unidos e reúne especialistas no campo da não proliferação de armas nucleares", acrescentou a Secretaria de Estado.
O chamado "exercício de tabuleiro" acontece no âmbito da Proliferation Security Initiative (PSI), documento do qual a Argentina é signatária desde 2003, juntamente com 104 outros países, como Chile, Colômbia e Paraguai.
"Os signatários do PSI assumem a função de cumprir uma Declaração de Princípios de Interdição de transferências ilícitas de armas de destruição em massa, seus sistemas de distribuição e materiais relacionados", explicou o Ministério da Defesa argentino.
Através deste programa, os Estados elaboram e compartilham seus conhecimentos de serviços legais, diplomáticos, econômicos e militares "para interceptar por ar, terra e mar as remessas suspeitas que são consideradas uma ameaça".
A oposição exige explicações
A ex-ministra da Defesa e agora parlamentar da oposição, Nilda Garre, afirmou neste sábado que "forças armadas dos Estados Unidos e da Argentina" realizarão "exercícios militares conjuntos nos dias 2 e 3 de Maio em território nacional".
"Estes exercícios com pessoal de inteligência representam um retorno às relações carnais e à entrega da soberania argentina", escreveu ela no Twitter.
Perguntada pela Sputnik Mundo, Garre disse que o governo de Mauricio Macri não revelou a natureza dessa atividade, uma vez que nem o ministério da Defesa nem as forças de segurança informaram oficialmente sobre o evento.
"O Congresso, em particular, não foi informado se os exercícios são teóricos, em tabuleirom, sem envolvimento das tropas", esclareceu a legisladora em conversa com a agência.
Garré, ministra da Defesa entre 2005 e 2010, lembrou que "no caso de exercícios militares no país, o Congresso deve ser avisado".
A coligação de oposição Frente para la Victoria (FpV), à qual a deputada pertence, solicitou, há poucos dias, um relatório ao ministério da Defesa sobre as características deste programa.
"Como não temos comunicação oficial, convidamos o ministro da Defesa a responder de alguma forma sobre a atividade, do que consiste", disse ela.
A deputada também foi ministra da Segurança entre 2010 e 2013.