O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou um novo plano para o desarmamento global. A estratégia tem como objetivo auxiliar no processo de eliminação de arsenais de armas nucleares e de outros tipos de armamentos letais. Segundo Guterres, o mundo está a apenas “um erro mecânico, eletrônico e humano” da destruição.
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“A ONU foi criada com o objetivo de eliminar a guerra como um instrumento de política internacional”, afirmou o chefe da ONU, ao revelar a nova agenda, intitulada ‘Assegurando nosso futuro comum’. No entanto, acrescentou, “após mais de sete décadas, nosso mundo está mais perigoso do que nunca”.
“A ONU foi criada com o objetivo de eliminar a guerra como um instrumento de política internacional”, afirmou o chefe da ONU, ao revelar a nova agenda, intitulada ‘Assegurando nosso futuro comum’. No entanto, acrescentou, “após mais de sete décadas, nosso mundo está mais perigoso do que nunca”.
Secretário-geral da ONU, António Guterres | Reprodução |
Em 2017, mais de US$ 1,7 trilhão foram investidos em armas e no subsídio a exércitos, os maiores índices desde a queda do Muro de Berlim, 80 vezes mais que o financiamento humanitário básico em todo o planeta.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou no final de maio (24) um novo plano para o desarmamento global.
A estratégia tem como objetivo auxiliar no processo de eliminação de arsenais de armas nucleares e de outros tipos de armamentos letais. Segundo Guterres, o mundo está a apenas “um erro mecânico, eletrônico e humano” da destruição.
“A ONU foi criada com o objetivo de eliminar a guerra como um instrumento de política internacional”, afirmou o chefe da ONU, ao revelar a nova agenda, intitulada ‘Assegurando nosso futuro comum’. No entanto, acrescentou, “após mais de sete décadas, nosso mundo está mais perigoso do que nunca”.
“O desarmamento previne e acaba com a violência. O desarmamento apoia o desenvolvimento sustentável. O desarmamento é um processo em confluência com nossos valores e princípios.”
O lançamento da nova estratégia acontece em um momento onde “o controle de armas têm se mantido nos noticiários todos os dias, às vezes em relação com o Irã e a Síria, às vezes em relação com a península coreana”, declarou o chefe da ONU.
O plano foca em três prioridades: armas de destruição em massa, armas convencionais e novas tecnologias em campos de batalha.
Em um primeiro momento, Guterres reforçou como o desarmamento nuclear, químico e biológico possui potencial para “salvar a humanidade”.
O dirigente também destacou que cerca de 15 mil armas nucleares continuam armazenadas em todo o mundo, e que centenas desses armamentos estão prontos para serem lançados em questão de minutos.
“Nós estamos a um erro mecânico, eletrônico ou humano de uma catástrofe que poderia erradicar cidades inteiras do mapa”, alertou.
Em 2017, mais de US$ 1,7 trilhão foram investidos em armas e no subsídio a exércitos, os maiores índices desde a queda do Muro de Berlim, 80 vezes mais que o financiamento humanitário básico em todo o planeta.
O secretário-geral afirmou que os Estados que detêm armas nucleares possuem responsabilidade fundamental na prevenção de catástrofes. Nesse contexto, o chefe da ONU apelou à Rússia e aos Estados Unidos para que resolvam sua disputa com base no Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF).
O dirigente também fez menção à extensão do novo tratado START sobre armas ofensivas estratégicas, que deve expirar em apenas três anos, e reforçou a necessidade de tomar novos passos para reduzir o armazenamento de armas nucleares.
O chefe da ONU também declarou que o esvaziamento do estoque de armas convencionais, que inclui armas pequenas e leves, além de minas terrestres, pode “salvar vidas”, em particular de civis que sofrem com conflitos armados.
Guterres lembrou que os conflitos armados são responsáveis não apenas por índices aterradores de mortos e feridos, mas também de números recorde em deslocamento de civis de suas casas, privando o acesso à saúde de qualidade, educação e quaisquer meios de sustento.
No fim de 2016, mais de 65 milhões de pessoas foram deslocadas por conta de guerras, violência e perseguição.
“Minha iniciativa terá base na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, o plano mundial para paz e prosperidade em um planeta saudável”, declarou Guterres, notando como gastos excessivos em armas desviam recursos para o desenvolvimento sustentável.
No ano passado, mais de 1,7 trilhão de dólares foram investidos em armas e no subsídio a exércitos, os maiores índices desde a queda do Muro de Berlim. Isto representa cerca de 80 vezes mais que o financiamento essencial para suprir as necessidades humanitárias em todo o planeta.
O secretário-geral também afirmou que novas tecnologias, quando utilizadas de maneira maliciosa, podem ter como consequência uma nova corrida armamentista, colocando futuras gerações em risco.
“Os riscos causados por novas tecnologias armamentistas podem ter grandes impactos no futuro de nossa segurança”, Afirmou Guterres.
Segundo o dirigente, desarmamento, controle de armas, não proliferação, restrições, construção de confiança e, onde necessário, eliminação, são “ferramentas essenciais para manter a segurança de nosso mundo, e assegurar nosso futuro”.
“O paradoxo é que quando cada país busca sua própria segurança, sem considerar outras nações, criamos uma insegurança global que põe todos em risco”, completou o chefe da ONU.
Novo esforço necessário para alcançar um mundo mais seguro
Na capa do plano, um documento de 73 páginas, foi escolhida a figura de um Orizuru, um origami. Seu significado, segundo lendas japonesas, é de que qualquer pessoa que crie mil dobraduras de papel terá seus desejos realizados pelos deuses.
Em seu leito em um hospital, Sadako Sasaki, sobrevivente da explosão da bomba atômica de Hiroshima em 1945, fez mais de mil dobraduras de papel, em pedido para que se recuperasse de uma leucemia fatal desenvolvida por conta do ataque nucelar.
Sadako morreu aos 12 anos, mas a sua história se espalhou pelo mundo, e dobraduras em origami se tornaram símbolos de paz desde então.
No parágrafo final da Agenda, Guterres faz menção ao ex-secretário-geral Dag Hammarskjöld, afirmando: “Nesse campo, como conhecemos, um impasse não existe. Se não há avanços, então só existirão regressos”.
O documento conclui com um apelo para que todos usem “qualquer oportunidade para fazer avançar o desarmamento onde ele existe, e para gerar um novo ímpeto onde o processo é necessário, de maneira a alcançar um mundo mais seguro para todos nós”.
Acesse aqui, em inglês, o novo plano da ONU.