A promotoria holandesa afirmou possuir provas de que o sistema de mísseis que em 2014 abateu o avião civil da Malaysia Airlines, sobre o sudoeste da Ucrânia, pertencia às Forças Armadas russas. O correspondente da Sputnik pediu a opinião do proeminente cientista político da Holanda, Kees van der Pijl.
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Comentando a coletiva à Sputnik Internacional, o analista destacou que não foi divulgada nenhuma informação nova quanto ao assunto. Segundo ele, o mais notável foi o apelo às testemunhas após quatro anos decorridos desde a catástrofe.
Local da queda do voo MH17 © Sputnik / Andrei Stenin |
"A maior parte dos presentes fazia perguntas muito simples, mas a última foi de uma mulher da TV australiana, ela disse: 'Se vocês ainda estão pedindo para as testemunhas aparecerem, isso soa bastante desesperado', e eu senti o mesmo", assinalou.
"Eu pensaria que à luz da Copa do Mundo na Rússia, que virá à tona daqui a três semanas, o caso Skripal e esta coletiva, em que familiares dos falecidos na catástrofe afirmaram que 'os russos querem viver em um país sem verdade' – tudo isso faz parte de uma campanha antirrussa", afirmou Kees van der Pijl.
Ele se disse surpreendido porque "tudo aquilo justificava tão pouco a realização de uma coletiva de imprensa oficial".
O analista apontou para que todos os fatos responsabilizam a Ucrânia pela catástrofe que aconteceu no sudeste ucraniano em 2014.
"Quatro regimentos ucranianos possuem sistemas de defesa antiaérea Buk, e um deles se encontrava naquela área. Todos seus radares estavam ativados, o que significa que o sistema estava preparado para combate", opinou.
Kees van der Pijl assinalou que Kiev, tal como a OTAN, tinham motivos para desencadear uma provocação contra a Rússia.
"Acredito que tudo aponte para a Ucrânia, porque eles tinham um motivo, precisavam de tempo para avançar, entretanto também havia um motivo por parte da OTAN – mostrar o presidente russo, Vladimir Putin, como se fosse um novo demônio a quem era preciso resistir, porque naquela época em Gales estava decorrendo uma importante cúpula da OTAN."
O especialista qualificou a conferência como "extremamente inconvincente".
"Eu não entendi porque ela estava sendo realizava exatamente agora, o que havia de novo que não sabíamos antes? Parecia que eles precisavam inventar algo, mas não tinham nada, por isso resolveram utilizar informações antigas", ressaltou o analista.