O status de Jerusalém é uma "linha vermelha" para o mundo muçulmano, disse o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ao encerrar uma reunião extraordinária da Organização para a Cooperação Islâmica em Istambul nesta de sexta-feira (18).
Sputnik
"Hoje realizamos uma reunião muito importante do ponto de vista do apoio aos palestinos e do sinal enviado a Israel, destacamos em nossa decisão conjunta que Jerusalém é nossa 'linha vermelha", manifestou Erdogan em uma entrevista coletiva transmitida pela emissora turca NTV.
Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan © REUTERS / Osman Orsal |
O líder reiterou que os muçulmanos não reconhecem a decisão dos EUA sobre a transferência de sua embaixada para aquela cidade e consideram que a política levada a cabo por Washington apenas contribui para incitar ainda mais Israel.
"As autoridades dos EUA castigaram os palestinos, enquanto Israel, ao violar a lei internacional, foi recompensado", frisou o presidente turco.
Além disso, comparou o mandato do atual presidente dos EUA, Donald Trump, com o do ex-presidente George W. Bush, que "também era republicano, mas apoiava tanto Israel como a Palestina".
Erdogan apontou para a necessidade da criar um comitê internacional para investigar os crimes de Israel cometidos na Faixa de Gaza.
"Israel deve responder por seus crimes, pedimos a todos os países que reconheçam oficialmente Jerusalém Oriental como a capital palestina", acrescentou.
Na segunda-feira (14), as Forças Armadas de Israel lançaram uma ofensiva militar contra a população palestina que estava protestando contra o 70º aniversário da criação do Estado de Israel e a abertura da embaixada americana em Jerusalém.
Os confrontos resultaram em 61 palestinos mortos e mais de 2.700 feridos, segundo relatam as fontes médicas palestinas.
O presidente da Palestina, Mahmoud Abbas, decretou três dias de luto nacional pelos manifestantes mortos. Nesse mesmo dia, o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, rotulou Israel como um "Estado terrorista" e suas ações em relação aos palestinos, de "genocídio".