A entrega de complexos de mísseis norte-americanos a Kiev não proporcionará nenhuma vantagem real às Forças Armadas da Ucrânia, pois as milícias da República Popular de Donetsk dispõem de sistemas capazes de resistir a qualquer arma do exército ucraniano, comunicou um dos altos oficiais militares da república autoproclamada.
Sputnik
Anteriormente, o representante oficial do Departamento da Defesa dos EUA comunicou à Sputnik que os complexos antitanque norte-americanos Javelin já tinham sido entregues aos militares ucranianos.
Milícias em Donetsk © AP Photo / Mstyslav Chernov |
O ministro da Defesa da Ucrânia, Stepan Poltorak, afirmou que a preparação prática dos sistemas de mísseis começará em 2 de maio. Segundo ele, o objetivo destes preparativos é a criação "de uma forte reserva antitanque".
"O principal objetivo das entregas das armas importadas é o chamado 'corte' de contratos milionários pelas autoridades políticas da Ucrânia. E isso não providenciará os reais êxitos no campo de batalha, já que as forças militares da nossa república dispõem de complexos que foram criados ao longo dos últimos 4 anos de guerra e são capazes de resistir adequadamente a qualquer armamento das Forças Armadas, sejam de produção ucraniana ou importadas", disse o vice-comandante do Comando Operacional da República Popular de Donetsk, Eduard Basurin.
Em abril de 2014, as autoridades ucranianas começaram uma operação militar contra as repúblicas autoproclamadas de Donetsk e Lugansk que tinham declarado sua independência após o golpe de Estado ucraniano em fevereiro de 2014. Segundo os dados da ONU, o conflito já afetou mais de 10 mil pessoas.
A resolução em Donbass está sendo discutida, inclusive durante as reuniões em Minsk, que já adotou três documentos sobre o assunto desde setembro de 2014. Porém, mesmo após a celebração dos acordos sobre a trégua, os tiroteios continuam entre os dois lados.
Em relação às entregas de armas norte-americanas, estas foram aprovadas em 2017 pela administração dos EUA. Enquanto isso, a ex-administração de Barack Obama descartava tal ideia apesar dos numerosos pedidos das autoridades ucranianas.
A Rússia, por sua vez, advertiu diversas vezes sobre as exportações de armas para a Ucrânia, assinalando que isso causaria o aumento de conflito em Donbass.