Agência quer que mil menores combatentes deponham as armas oficialmente nos próximos meses; plano para libertar 19 mil crianças em três anos precisa de US$ 45 milhões.
Eleutério Guevane | ONU
Mais de 200 crianças-soldado foram libertadas no Sudão do Sul, anunciou o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.
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Esta terça-feira, a agência organizou um evento especial onde 112 meninos e 95 meninas depuseram as armas oficialmente na cidade de Yambio, no sudoeste do mais novo país do mundo.
Assistência
Na cerimônia, os menores receberam roupa, exames médicos e aconselhamento psicossocial. Ao retornarem às suas casas, as famílias receberão três meses de assistência alimentar para apoiar a reintegração inicial.
De acordo com o Fundo, o grupo também receberá capacitação vocacional para melhorar a renda familiar e a segurança alimentar.
Nos próximos meses, a agência da ONU deverá libertar cerca de mil crianças-soldado para se juntarem às mais de 500 que depuseram as armas somente este ano.
Direitos
Em nota, a agência da ONU pede a todas as partes envolvidas no conflito sul-sudanês que "acabem com o recrutamento de crianças" usadas como soldados e defendam os seus direitos segundo as leis internacionais.
De acordo com o Unicef, milhares de crianças foram forçadas a participar em combates em grupos armados desde o início da guerra civil do Sudão do Sul em 2013.
Fileiras
O comunicado menciona que as crianças agora libertadas alinharam nas fileiras do Movimento de Libertação Nacional do Sudão do Sul, Ssnlp, e do Exército de Libertação do Povo do Sudão na oposição, Spla.
O Unicef defende que progressos recentes devem permitir a libertação de cerca de 19 mil crianças nos próximos três anos que agora servem nas Forças Armadas e em vários grupos que atuam no país.
Reintegração
A agência sublinha que é essencial um financiamento adequado para o programa de libertação. No total, precisa de US$ 45 milhões para apoiar o processo de desmobilização e reintegração dos menores nesse período.
O Unicef revela que os novos combates iniciados em julho de 2016 interromperam os planos iniciais de libertar as crianças, mas o impulso ganha mais força. Os fatores de otimismo incluem a retoma das negociações de paz e o debate sobre o futuro governo de transição.