O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou diretamente neste domingo o governante russo, Vladimir Putin, e o Irã pelo suposto ataque químico ocorrido no último sábado na cidade síria de Duma, por apoiarem o governo de Bashar al Assad.
EFE
Washington - "Muitos mortos, incluindo mulheres e crianças, em um ataque químico sem sentido na Síria. A área de atrocidades está bloqueada e cercada pelo exército sírio, por isso é completamente inacessível para o mundo exterior. O presidente Putin, a Rússia e o Irã são responsáveis por apoiarem o animal Assad", disse o republicano na rede social Twitter.
Donald Trump | EFE/MICHAEL REYNOLDS |
Na noite anterior, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, pediu à Rússia que pare de apoiar o governo sírio e colabore com a comunidade internacional para buscar uma saída para o conflito.
"A proteção do regime de Assad por parte da Rússia e a sua incapacidade para deter o uso de armas químicas na Síria questiona o seu compromisso de resolver a crise global e as maiores prioridades de não proliferação", afirmou a porta-voz.
"A Rússia, com o seu inquebrantável apoio ao regime, em última instância é responsável por esses brutais ataques, dirigidos contra inúmeros civis, e pela asfixia das comunidades mais vulneráveis da Síria com armas químicas", acrescentou.
O governo americano monitora de perto as informações sobre o suposto ataque a um hospital em Duma, onde, sem detalhar o número de mortos, reconheceu que pode haver "um número potencialmente alto de vítimas".
"Se forem confirmados esses relatos horríveis, isso exige uma resposta imediata da comunidade internacional", comentou a porta-voz.
Nauert insistiu que o histórico de Assad com o uso de armas químicas contra o próprio povo "não está em discussão" e lembrou que, há um ano, as forças do governo sírio fizeram um ataque com gás sarin que matou aproximadamente 100 sírios.
Naquela ocasião, o governo de Donald Trump respondeu com bombardeios sobre a base aérea síria de onde o ataque havia sido orquestrado.
A Defesa Civil síria e ONGs denunciaram que as forças leais ao presidente realizaram no sábado um ataque químico em Duma que causou a morte de pelo menos 42 civis e afetou outros 500.
Tanto as autoridades sírias como a Rússia negaram de maneira contundente o uso de armas químicas nos bombardeios de Duma e nenhuma outra fonte independente a confirmou.
Duma é a última cidade de Ghouta Oriental que continua em poder dos rebeldes, após as autoridades terem retomado o restante da região, em alguns casos por meio das armas e em outros em virtude de acordos assinados com os grupos rebeldes, que na prática equivalem a uma rendição.