A Rússia acusou neste sábado a facção Jaysh al-Islam (Exército do Islã) de violar o acordo de evacuação do reduto rebelde de Duma e de atacar com bombas a capital síria, Damasco.
EFE
Moscou - "Os guerrilheiros de Jaysh al-Islam liderados por Abu Kusaem violaram o acordo e bloquearam a saída de civis de Duma pelo corredor humanitário habilitado", disse à imprensa russa o general Yuri Yevtushenko, chefe do Centro Russo de Reconciliação na Síria.
Duma, Síria |
O general acusou os terroristas de "retomarem as ações militares contra as forças governamentais" com armamento pesado e de utilizarem civis como "escudos humanos".
"A intensidade dos ataques está aumentando. Nos últimos dois dias, 25 minas e projéteis impactaram a capital, ataques nos quais sete pessoas morreram e 42 ficaram feridas", detalhou.
Yevtushenko também denunciou o assassinato dos líderes rebeldes que queriam negociar com o regime sírio de Bashar al Assad e com a Rússia - Abu Humam, Abu Omar e Abu Ali - e dos civis que desejavam a saída dos extremistas de Duma.
No total, segundo informou o militar russo, desde o início de março mais de 33 mil civis foram evacuados de Duma, entre eles mais de 700 rebeldes e 3.390 integrantes de suas famílias, com destino a Aleppo.
As autoridades russas tinham previsto há poucos dias que a operação de libertação de Ghouta Oriental terminaria em meados deste mês.
A evacuação de civis e combatentes de Duma foi suspensa na sexta-feira após a negativa de capitulação do Exército do Islã, que rejeitou a proposta russa.
Enquanto isso, o exército sírio assumiu neste sábado o controle da região de Basatin al Rihan, nos arredores de Duma, e tomou cerca de 50 fazendas após combates com os milicianos.
Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, desde o começo dos combates na sexta-feira, pelo menos 48 civis morreram nesta cidade, entre eles oito menores de idade e seis mulheres. De acordo com a ONG, dezenas morreram sob os bombardeios da aviação russa contra Duma.