Coronel Carlos Cinelli disse que vias expressas também vão receber patrulhamento. Porta-voz lamentou que 3 militares do Exército e um da Aeronáutica estejam entre os presos na operação contra milícia
Por Henrique Coelho | G1 Rio
O porta-voz do Comando Militar do Leste, coronel Carlos Cinelli, disse em entrevista coletiva na Praia do Leme, Zona Sul do Rio, que o patrulhamento feito pelos militares nas ruas da cidade seguirá reforçado e será expandido para as Vias Expressas. Segundo Cinelli, o objetivo é permitir que policiais militares participem de treinamentos de reciclagem.
Coronel Carlos Cinelli conversou com jornalistas na tarde deste domingo (8) na orla do Leme, Zona Sul do Rio (Foto: Henrique Coelho/G1) |
O porta-voz afirmou ainda que o patrulhamento noturno feito por militares das Forças Armadas está com resultados positivos.
"Nesta semana, a reciclagem está sendo feita no 14º BPM (Bangu). Os indicadores foram muito positivos na Semana Santa: houve uma redução de 55% nos roubos a transeunte, 50% de homicídios dolosos e 71% de roubos de cargas. De janeiro a março, antes mesmo da intervenção, 18% a menos de roubos de veículos”.
Segundo o coronel, homens das Forças Armadas estão na Orla da Zona sul desde o Primeiro Distrito Naval até o Leblon e em alguns horários na orla da Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeirantes. Ele também falou que tropas já passaram pela Avenida Brasil, Br-101, RJ 124, Transolímpica, Linha Amarela e Vermelha.
Operação contra milícias
Cinelli comentou ainda a operação contra a milícia realizada neste sábado (7) que prendeu 142 pessoas e apreendeu sete menores. Ele lamentou que três militares do Exército e um da Aeronáutica estejam entre os presos. No entanto, revelou que um deles já era investigado pelo Exército.
“Obviamente é lamentável, mas não é nada que já não estivesse no nosso radar. Inclusive um deles já tinha um olhar atento da inteligência do Exército", disse.
Segundo o coronel, serão abertos procedimentos investigativos para saber se os militares realmente tinham participação na milícia ou se apenas participavam da festa onde ocorreram as prisões.
"Se for comprovada a participação, vamos tomar as providências cabíveis, que podem incluir a expulsão da corporação”, disse.
Caso Marielle
O porta-voz disse que só as investigações vão apontar participação de milícias no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
“Os dados da investigação [sobre a execução da parlamentar] ainda são tratados no nível da Secretaria de Segurança. O General Braga Netto [interventor federal no Rio] afirma que houve avanços nessa última semana, então é possível sim. Mas só o curso da investigação é que vai dizer”, disse o coronel.
Segundo reportagem do Jornal O Globo publicada na sexta-feira (6), o general Braga Netto já teria adiantado ao presidente Michel Temer que há avanços significativos nas investigações sobre o caso Marielle.
O crime completa um mês no próximo dia 14 e até o momento nenhum suspeito foi apresentado pela Polícia Civil, responsável pelas investigações.