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07 abril 2018

Por que motivo Turquia revelou posição das tropas francesas na Síria?

Logo após o presidente francês, Emmanuel Macron, ter recebido em Paris uma delegação das Forças Democráticas Sírias, lideradas pelos curdos sírios, a mídia turca revelou informações detalhadas sobre o posicionamento de alegadas forças especiais da França no norte da Síria. A medida fez com que Ancara acusasse a França de apoiar "terroristas".


Sputnik

Em entrevista à Sputnik França, Dominique Trinquand, analista militar e conselheiro de Macron na área da defesa durante a sua companha eleitoral do ano passado, opinou que a publicação de tal informação pela mídia turca foi simplesmente algo "inaceitável para um país que deveria estar combatendo o mesmo inimigo, o Daesh [grupo terrorista proibido na Rússia]."


Soldados franceses das forças especiais
Tropas francesas © AFP 2018/ JEAN-PIERRE CLATOT

O analista lembrou que os curdos estiveram entre os primeiros a se juntarem à luta contra o Daesh na Síria, "enquanto a Turquia entrou no combate bastante mais tarde".

A decisão da mídia turca não foi nada surpreendente, afirma Trinquand, pois "na política interna, o presidente Erdogan apoia os seguidores da Irmandade Muçulmana [organização islamista], e a Irmandade Muçulmana tem sido hostil aos curdos e, desde o início, ao presidente Bashar Assad."

Quanto ao objetivo da missão francesa na Síria, o oficial francês disse que "apesar de o presidente francês ter expressado apoio aos curdos em geral, não estão planejadas novas operações. Em qualquer caso, as unidades que operam lá são forças especiais, e suas posições e ações nunca são reveladas".

Em um comunicado oficial, divulgado após seu encontro com representantes das Forças Democráticas da Síria (FDS) no mês passado, Macron garantiu que a França vai apoiar a milícia na estabilização da zona de segurança no norte da Síria. Logo depois, a agência estatal turca, Anadolu, divulgou detalhes sobre cinco bases francesas supostamente localizadas no norte da Síria, onde estariam deslocadas 70 unidades de forças especiais francesas e 30 militares das tropas paraquedistas. Anteriormente, em julho de 2017, Anadolu já havia informado sobre o deslocamento de forças especiais norte-americanas e francesas no norte do país árabe.

Trinquand acha errada a decisão de Anadolu de publicar tal informação, pois o vazamento mostra a diferença existente entre a posição francesa em relação aos curdos, como "aliados leais que ajudaram a combater o Daesh", e a de Ancara.

Em 31 de março, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, expressou seu descontentamento com a decisão francesa de apoiar a milícia dos curdos sírios. O vice-premiê do país ainda foi mais duro, afirmando que "os que decidiram cooperar e se solidarizar com organizações terroristas contra a Turquia serão também alvos da Turquia, como os próprios terroristas.

O ministro da Defesa turco, Nurettin Canikli, por sua parte, chamou o deslocamento de forças franceses na Síria de "invasão".

A Turquia considera as Unidades de Proteção Popular (YPG), que constituem a maioria nas FDS, uma organização terrorista ligada ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão turco (PKK), tendo iniciado em 20 de janeiro a operação militar Ramo de Oliveira no nordeste da Síria. A França continua afirmando que seu apoio aos curdos se limita apenas ao combate ao terrorismo.


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