O menino Mustafa, de 10 anos, mora na cidade síria de Douma em Ghouta Oriental. Mustafa demorou muito para tomar coragem e começar a falar com os jornalistas da Sputnik, já que os radicais do grupo Jaysh al-Islam diziam que as pessoas que moram no território controlado pelo exército sírio odeiam crianças e querem matá-las.
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O menino tinha medo de participar na gravação do vídeo, mas os jornalistas da Sputnik Árabe conseguiram tirar várias fotos dele. Com o tempo, Mustafa deixou de ter medo e contou que gostava de estudar, mas sua escola se encontrava destruída.
O menino sírio Mustafá participou da encenação do ataque químico em Douma © Sputnik / Nour Molhem |
Depois perguntou: "Caso eu diga o que fizemos aqui, vocês não vão me matar?" O menino contou que os radicais do Jaysh al-Islam prometeram dar às crianças tâmaras doces, caso as cumprissem suas ordens.
"As crianças foram juntadas perto do hospital e nos disseram que receberíamos biscoitos e sacos com batatas se nós fizéssemos tudo certo. Algumas pessoas trouxeram sacos grandes, mas não entendemos o que havia dentro deles. Começaram a nos regar com água da torneira. Depois os adultos correram ao edifício do hospital levando as crianças. Ali nos tiraram fotos. Depois distribuíram a comida prometida e disseram que podíamos brincar porque nos comportamos bem e obedecemos", contou.
Mustafa explicou: "Geralmente não permitiam que nós fôssemos a escolas e brincássemos. Nós devíamos trabalhar. Caso eles vissem alguma das crianças brincando, gritavam com ela e mandavam para casa."
Anteriormente, os países ocidentais acusaram Damasco de ter realizado um ataque químico contra a cidade de Douma. As autoridades sírias veem desmentindo essas informações, qualificando-as como falsas. Por sua vez, a Rússia afirmou que as falsificações tinham como objetivo justificar os ataques contra a Síria.
Na madrugada do dia 14 de abril, as forças dos EUA, Reino Unido e da França lançaram ataques com mísseis contra várias instalações sírias que, em sua opinião, foram utilizadas para produzir armas químicas. As autoridades sírias frisaram repetidamente que todo o arsenal químico do país foi retirado sob controle da Organização para a Proibição de Armas Químicas.