Os responsáveis do Pentágono rebaixam deliberadamente a eficácia dos meios de defesa antiaérea russa para persuadir a Turquia a não comprar os sistemas de mísseis S-400, apontou nessa segunda-feira (23) o jornal norte-americano National Interest.
Sputnik
A edição citou vários responsáveis dos EUA que afirmam que os meios da defesa antiérea síria de fabricação russa não foram capazes de repelir nenhum dos ataques dos EUA e seus aliados que ocorreram em 14 de abril. Além disso, o Departamento de Defesa dos EUA indicou que a Rússia não utilizou seus sistemas de defesa antiaérea durante os mencionados ataques contra o território da Síria.
Sistema antiaéreo russo S-400 Triumph © Sputnik / Alexander Vilf |
Contudo, de acordo com a edição, as afirmações do Pentágono sobre a "ineficácia" dos S-300 e S-400 contradizem os gastos dos EUA, estimados em bilhões de dólares, destinados a promover as tecnologias furtivas com o intuito de contornar os meios de defesa antiaérea russos, podendo ter como objetivo persuadir seu aliado na OTAN, a Turquia, a abdicar da compra dos S-400.
Especialistas citados pelo jornal acreditam que, durante a próxima reunião do Comitê de Serviços Armados do Senado dos EUA, os funcionários do Pentágono irão novamente falar sobre as ameaças dos S-300, S-400, bem como sobre outros meios de defesa antiaérea de fabricação russa para justificar seus programas e gastos militares.
No recente ataque à Síria, os EUA, o Reino Unido e a França dispararam mais de cem mísseis, dos quais 71 foram repelidos pela defesa antiaérea síria. Felizmente, o ataque não provocou vítimas, causando somente alguns danos materiais. A Rússia não utilizou suas forças já que os aviões dos EUA e aliados não entraram na zona de responsabilidade da defesa antiaérea russa.
Em dezembro do ano passado, a Rússia e a Turquia fecharam um contrato para o fornecimento dos sistemas S-400 a Ancara. Tal acordo causou fortes críticas por parte de Washington, que afirmou a prontidão de fornecer a Ancara sistema de defesa antiaérea alternativos, "compatíveis com os padrões da OTAN".