Os "buracos negros" da Rússia não deixaram o submarino britânico atacar a Síria, escreve a mídia. O especialista militar Viktor Baranets, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, comentou estas manobras.
Sputnik
O submarino britânico não conseguiu participar da operação militar contra a Síria, já que teve que manobrar em contraposição a submarinos russos, escreve o jornal Times.
Submarino russo Project 636.6 Varshavyanka, um dos submarinos conhecidos como 'buraco negro' | Reprodução |
O diário comunica que um submarino britânico da classe Astute, equipado com mísseis de cruzeiro, "jogava gato e rato" no mar Mediterrâneo com um ou dois submarinos russos classificados pelos especialistas ocidentais como "buracos negros" por serem muito silenciosos.
A edição nota que o submarino britânico também teve que escapar de duas fragatas russas e um avião antissubmarino. Neste respeito, o submarino não conseguiu se aproximar o bastante para efetuar ataques contra a Síria, embora antes o submarino tenha tentado evitar a detecção por vários dias.
Segundo o Times, estes "buracos negros" foram submarinos da classe Kilo, na designação da OTAN, que saíram da base de Tartus na Síria.
O analista militar Viktor Baranets comentou em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik as ações dos militares russos.
"Dois submarinos da Marinha Real do Reino Unido deveriam atacar a Síria com mísseis de cruzeiro. Mas nesta mesma região também estavam dois submarinos diesel da Frota do Mar Negro que ocupavam constantemente uma posição que impedia os ataques britânicos conta a Síria a partir de posição submersa", disse ele.
Para Baranets, estas manobras foram uma espécie de "jogo perigoso". Sabe-se que os submarinos russos estão posicionados na parte leste do mar Mediterrâneo e também se espera que até o final de abril um grupo naval dos EUA chegue na região.
"Claro que os nossos submarinos vão vigiar com atenção o comportamento destes navios", concluiu Baranets.
No sábado passado (14), os EUA, França e Reino Unido lançaram ataques aéreos contra a Síria em resposta ao alegado uso de armas químicas nos arredores de Damasco, em Douma.
Os ataques foram realizados no mesmo dia em que a missão da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) iniciaria a investigação do alegado uso de armas químicas em Douma, após a culpa pelo alegado incidente ter sido imediatamente atribuída a Damasco pelo Ocidente.
Depois das acusações, o governo sírio negou categoricamente estar envolvido no suposto ataque e declarou que os ataques aéreos são uma "agressão brutal".