Os EUA estão desenvolvendo um projeto de criação de armas com motores termonucleares, comunica a imprensa.
Sputnik
Em uma entrevista à Sputnik, o especialista em assuntos militares, Boris Rozhin, manifestou que deste modo os EUA pretendem mostrar que têm uma resposta para dar à Rússia na sequência da apresentação de seus novos armamentos.
F-35 Lightning II © Sputnik/ Aleksei Kudenko |
A empresa estadunidense Lockheed Martin patenteou a criação de um motor termonuclear compacto que poderá caber tanto em um navio quanto em um avião de combate, informa o RT.
A companhia assegura que conseguiu alcançar um avanço que tem sido almejado por construtores de todo o mundo ao longo de décadas, ou seja, tornar a energia termonuclear acessível.
Afirma-se que a empresa está prestes a resolver o problema do uso da energia de síntese termonuclear. Tal energia é usada em bombas de hidrogênio desde os meados do século XX, mas ainda não foi possível usá-la com fins pacíficos.
Ao falar com o serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista do Centro de Jornalismo Militar e Político, Boris Rozhin, fez lembrar que o próprio conceito de criar um reator termonuclear compacto nasceu ainda entre as décadas de 60 e 70 do século passado.
"Naquela época, ou seja, nos anos da Guerra Fria, em meio ao desenvolvimento das armas termonucleares se pretendia resolver o problema da criação de usinas termonucleares civis, bem como de diferentes tipos de armamentos. Os problemas principais enfrentados na época eram as questões de emissão de calor, de segurança da tripulação, caso se tratasse de um veículo tripulado. Estes problemas não chegaram a ser resolvidos nem na URSS, nem nos EUA. Embora tenha havido certos avanços, eles ficaram ao nível de conceitos que foram deixados para as calendas gregas", contou o analista.
De acordo com Rozhin, hoje em dia os construtores pretendem voltar aos respectivos conceitos.
"Lembremo-nos da recente declaração do presidente russo, Vladimir Putin, ligada à elaboração de exemplos promissores de armas não tripuladas com o uso de reatores nucleares. Os americanos estão relutantes em reconhecer que a Rússia está à frente deles em várias áreas. Deste modo, os americanos respondem que, de fato, eles também têm seus projetos. Mas por enquanto não se trata de uma produção em série. Mais provavelmente, é uma declaração de suas intenções, sobre haver planos para criar tais armas, que se realizam trabalhos, se aloca dinheiro", disse.
Para mais, Rozhin frisou que o êxito do projeto vai depender não dos políticos, mas dos construtores que trabalham na área.
"Também se deve tomar em consideração que nos EUA se trava uma luta permanente pelo aumento do orçamento militar. Já as empresas que se dedicam à fabricação de armas de alta tecnologia tentam ‘se colar' a ele através da publicidade dos seus produtos", resumiu.