O garoto sírio Hassan Diab, que aparece em um vídeo da ONG "Capacetes Brancos" como uma suposta "vítima" do ataque com armas químicas em Douma, revelou o que aconteceu na realidade.
Sputnik
"Estávamos no porão. Minha mãe me disse que não temos nada para comer hoje. Comeríamos só amanhã. Então ouvimos gritos na rua - todos deveríam ir até o hospital. Corremos para o hospital e, assim que chegamos, fui agarrado e começaram a jogar água em cima de mim. Depois nos colocaram na maca, junto à outras pessoas", contou o garoto em entrevista para a emissora Rossiya 24.
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O correspondente de guerra da emissora, Yevgeny Poddubny, destacou que o garoto foi obrigado a participar do vídeo.
"O garoto não tinha o que comer. Ofereceram arroz, tâmaras e biscoitos para ele participar da filmagem", disse ele.
As palavras de Hassan foram confirmadas pelo seu pai, que confirmou o fato de não ter tido nenhum tipo de ataque químico na cidade.
"Quando soube que a criança está no hospital, pedi licença no trabalho e corri para lá. Não havia arma química alguma. Eu fumei na rua e não senti nada. Cheguei no hospital e vi a minha família. Os combatentes deram tâmaras, biscoitos e arroz pela filmagem e liberaram todos. O meu filho estava se sentindo muito bem", revelou o pai do garoto.
Posição do Ocidente
No início de abril, o Ocidente acusou Damasco de realizar ataque químico contra a cidade de Douma, na Ghouta Oriental, e ameaçou retaliar. Moscou negou a informação sobre uma bomba de cloro, supostamente atirada por militares sírios. A chancelaria russa declarou que a desinformação sobre ataques químicos na Síria busca proteger os terrositas e justificar atuação militar de terceiros no país árabe.
Na madrugada de 14 de abril, EUA, Grã-Bretanha e França realizaram um ataque de mísseis conjunto contra instalações do governo sírio que, segundo o Ocidente, eram usadas na fabricação de armas químicas. Mais de 100 mísseis foram disparados, 71 dos quais foram abatidos por defesa antiaérea síria. As forças russas não foram mobilizadas, mas acompanharam o ataque. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou o ataque como agressão contra um país soberano.