O Exército alemão está planejando gastar milhões em novos lançadores de foguetes, drones, helicópteros e aviões de carga para preencher lacunas em seu arsenal, enquanto os Estados Unidos pressionam Berlim para fazer mais pela defesa do país e da Europa.
Sputnik
O Ministério da Defesa da Alemanha planeja comprar 18 itens, cada um custando mais de 25 milhões de euros (US$ 30 milhões), segundo os jornais Handelsblatt e Bild. A lista é, no entanto, "preliminar" e pode ser alterada, dependendo do orçamento para 2018. Ela inclui vários sistemas de foguetes de lançamento múltiplo MARS, sete helicópteros de resgate e seis aviões de carga C-130J Hercules fabricados nos EUA, informou o Bild.
Tanque alemão Leopard II © AP Photo / Michael Sohn |
De armadura pesada à parte, um contrato de leasing para drones de reconhecimento Heron TP, construídos por Israel, também está na lista de desejos da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs), assim como atualizações para veículos blindados Puma e um contrato de manutenção para helicópteros NH90.
O Exército alemão também investirá no desenvolvimento de um novo radar para o jato Eurofighter Typhoon, equipamento de telecomunicações para navios de guerra da Marinha, assim como novos uniformes e equipamentos de proteção, segundo o jornal Die Zeit.
As melhorias foram consideradas depois que o Ministério da Defesa da Alemanha recebeu críticas pesadas sobre seus equipamentos e capacidade operacional "dramaticamente ruins". Após o fim da Guerra Fria, a Alemanha cortou radicalmente seu orçamento militar. Empurrada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que criticou Berlim por "pagar muito menos do que deveria" por questões militares e da OTAN, a Alemanha reconsiderou seu investimento em armamentos.
A promessa da chanceler Angela Merkel de aumentar o orçamento militar da Alemanha seguiu os apelos de Trump para que os membros da OTAN cumpram a meta de gastos com defesa de 2% do PIB.
Membros do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD) enviaram "um claro não" aos apelos de Trump para injetar bilhões em programas de armamentos maciços e denunciaram Merkel por ceder ao presidente dos Estados Unidos.
Em 2017, o então ministro de Relações Exteriores, Sigmar Gabriel, advertiu Merkel a não se "ajoelhar" diante de Trump em tentativas de "apaziguá-lo". O principal diplomata pediu à chanceler para suportar as demandas para reforçar o orçamento militar. Ele defendeu que o papel do país deve ser "o poder da paz e não uma máquina de armas". Merkel e seu partido no poder "querem seguir o ditame de Trump e dobrar os gastos militares da Alemanha", argumentou o hoje ex-ministro.