EUA pedem à Rússia que tire apoio a Assad após suposto ataque químico

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Trump condena ato e culpa Rússia e Irã. Mais cedo, porta-voz dos EUA afirmou que Rússia 'descumpriu os seus compromissos com as Nações Unidas (...)' ao proteger ditador sírio


Por G1


O presidente dos EUA, Donald Trump, condenou, neste domingo (8), o ataque químico que teria ocorrido na Síria e deixado dezenas de mortos, segundo ONGs. O regime de Bashar al-Assad é acusado de lançar um barril-bomba com substâncias químicas venenosas contra civis na cidade de Douma - mas nega o ocorrido.

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Donald Trump, presidente dos EUA | Reprodução

No Twitter, Trump afirmou que haverá "um preço alto a ser pago". "Muitos mortos, incluindo mulheres e crianças, em um ataque químico absurdo na Síria. A área da atrocidade está cercada pelas forças sírias, deixando-a inacessível para o resto do mundo", escreveu.

"Presidente Putin, Rússia e Irã são responsáveis pela volta do 'animal' Assad. Preço alto a ser pago. Abram a área imediatamente para atendimento médico e investigação. Outro desastre humanitário sem qualquer razão", completou Trump.

França pede reunião do Conselho de Segurança

A Organização das Nações Unidas (ONU) também afirmou preocupação com os civis sírios na região. O secretário-geral da entidade, António Guterres, se mostrou "particularmente alarmado" pelo suposto ataque químico.

Ele pediu para que "todas as partes cessem os combates e restaurem a calma que havia", já que "não há solução militar ao conflito".

A União Europeia (UE), por sua vez, declarou que há "indícios" de que o governo sírio tenha lançado a ofensiva, proibida pelas convenções internacionais, e pediu à Rússia e ao Irã que evitem outro ataque.

Em uma iniciativa liderada pela França, 9 membros do Conselho de Segurança da ONU, de um total de 15, solicitaram uma reunião de urgência para segunda-feira.

A iniciativa da reunião foi firmada por Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Holanda, Kuwait, Peru, Polônia, Suécia e Costa do Marfim.

Depois, a Rússia também falou sobre "ameaças internacionais à paz e à segurança", sem especificar um tema, e requisitou a reunião do Conselho de Segurança da ONU.

Retirada de apoio

Mais cedo, os Estados Unidos pediram à Rússia que encerre "imediatamente" seu apoio "incondicional" ao governo sírio, após o suposto ataque ao último reduto rebelde nos arredores de Damasco, na região conhecida como Ghouta Oriental.

Heather Nauert, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, afirmou em comunicado que a Rússia "descumpriu os seus compromissos com as Nações Unidas e traiu a Convenção sobre Armas Químicas ao proteger incondicionalmente Assad".

"A proteção do regime de Assad por parte da Rússia e a sua incapacidade para deter o uso de armas químicas na Síria questionam o seu compromisso de resolver a crise global e as maiores prioridades de não proliferação", afirmou a porta-voz.

O Departamento de Estado dos EUA também disse que relatos de vítimas em massa de um suposto ataque de armas químicas em Douma foram "horripilantes" e que, se confirmados, "exigem uma resposta imediata da comunidade internacional".

Dezenas de mortos

No sábado (7), o grupo rebelde sírio Jaish al-Islam acusou as forças do governo da Síria de lançar um barril-bomba com substâncias químicas venenosas contra civis no leste de Ghouta, ferindo mais de 500 pessoas.

Comunicado conjunto divulgado pela Sociedade Médica Sírio-Americana (SAMS, na sigla em inglês) e a Defesa Civil síria (ONG mais conhecida como Capacetes Brancos) cita 49 mortos.

Os Capacetes Brancos, socorristas ligados à oposição, relataram que famílias inteiras foram encontradas sufocadas em suas casas e abrigos.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), ONG que monitora da guerra civil do país, disse que ao menos 80 pessoas foram mortas em Douma no sábado (7), incluindo cerca de 40 que morreram de sufocamento.

O OSDH disse que não podia confirmar se armas químicas foram usadas no ataque. As agências de notícias também não conseguiram confirmar os relatos de forma independente.

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