A Administração de Donald Trump procura criar uma força árabe que substitua o contingente norte-americano na Síria e ajude a estabilizar a situação no nordeste do pais após a derrota dos jihadistas, escreve o jornal The Wall Street Journal (WSJ), citando funcionários do governo.
Sputnik
Ao anunciar o ataque à Síria com seus aliados, o presidente Trump disse que os EUA pediram a seus parceiros no Oriente Médio que assumissem uma maior responsabilidade, incluindo a contribuição com valores importantes para financiar os esforços contra o Daesh (grupo terrorista, proibido na Rússia).
Tropas dos EUA na Síria © AP Photo / APTV |
Um maior compromisso por parte da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos (EAU), Qatar e Egito poderia, na opinião do presidente norte-americano, assegurar que o Irã não se aproveitasse da derrota do Daesh.
Um funcionário da Administração estadunidense, citado pelo WSJ, confirmou estas diligâncias.
"A todos — Arábia Saudita, Qatar e EAU — foi pedido apoio financeiro e uma maior contribuição", disse.
Além disso, o novo conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton, ligou recentemente para o atual chefe da inteligência do Egito, Abbas Kamel, para sondar se o Cairo poderia contribuir para tais esforços, segundo a edição.
Alguns funcionários estadunidenses afirmaram, porém, que Washington poderá enfrentar grandes obstáculos na hora de estabelecer uma força de coalizão árabe na Síria.
O investigador da empresa de pesquisa Brookings Institution, Michael O'Hanlon, advertiu que "uma nova força deve ser poderosa o suficiente para enfrentar Assad ou o Irã se algum dos dois tentar recuperar territórios, talvez com a ajuda da Rússia".
Charles Lister, da organização Middle East Institute (Instituto do Oriente Médio), pôs em dúvida o projeto respetivo, indicando que "simplesmente não existe um precedente ou uma base estabelecida para que esta configuração se torne uma estratégia de sucesso".
Para o analista, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos não estarão muito dispostos a iniciar novas ações militares porque já estão envolvidos em uma operação militar no Iêmen.
Os Estados Unidos intervieram no conflito na Síria em setembro de 2014 liderando uma coalizão internacional que começou a bombardear as posições de grupos terroristas, mas sem autorização do governo sírio.