O embaixador da Rússia em Londres, Aleksandr Yakovenko, solicitou neste sábado uma reunião com o ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, para abordar o caso Skripal, que provocou uma grave crise nas relações entre ambos os governos.
EFE
Moscou - "Já chegou a hora de um encontro entre Yakovenko e o ministro de Exteriores do Reino Unido para abordar todos os âmbitos das relações bilaterais e também a investigação do incidente em Salisbury", informou o porta-voz da delegação russa na capital britânica.
Boris Johnson em foto de 19 de março. EFE/ Olivier Hoslet |
A fonte explicou que Yakovenko tinha enviado a Johnson uma "nota pessoal" e acrescentou que a Rússia espera "uma resposta construtiva da parte britânica" e que a reunião aconteça "em breve" para abordar o envenenamento em Salisbury do ex-espião russo Sergei Skripal e de sua filha com um agente químico, do qual Londres acusa Moscou.
"Infelizmente, o atual estado da interação entre a embaixada e o Ministério de Relações Exteriores britânico é extremamente insatisfatório", analisou.
A embaixada russa considerou "lamentável" a decisão das autoridades britânicas de negar o visto à sobrinha do ex-espião, Victoria, que tinha expressado o desejo de visitar os parentes hospitalizados no Reino Unido.
"Segundo uma fonte governamental citada pela 'BBC', o visto foi rejeitado porque 'a Rússia parece querer utilizar Victoria como um peão'. Isso significa que a decisão está motivada politicamente", afirmou o porta-voz.
Moscou considera que "a obstinação em se negar a cooperar, garantir a transparência e responder a inúmeras perguntas significa que os britânicos têm algo a esconder".
Segundo informaram fontes dos serviços de saúde na sexta-feira, Skripal, de 66 anos, saiu do estado crítico, responde bem ao tratamento e a sua saúde melhora rapidamente. Yulia, de 33 anos, que tinha chegado ao Reino Unido procedente da Rússia um dia antes do envenenamento para visitar o pai, se mantém estável há uma semana e recuperou a fala.
Sergei Skripal e sua filha foram envenenados no dia 4 de março em Salisbury após serem expostos a uma substância química chamada "Novichok", que, segundo Londres, foi fabricada na Rússia.