O embaixador da Rússia no Reino Unido, Alexander Yakovenko, pediu nesta quinta-feira ao Governo britânico "transparência" sobre as provas em relação ao ataque contra o agente duplo Sergei Skripal e sua filha, Yulia.
EFE
Londres - O diplomata sugeriu que Moscou só aceitará o resultado da investigação da Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) sobre a natureza da substância que envenenou os Skripal se for "confirmado pela comunidade internacional".
Embaixador da Rússia no Reino Unido, Alexander Yakovenko | Reprodução |
"Queremos ver quem são os especialistas que estão analisando o agente químico, visto que a última vez, na Síria, a equipe (da OPAQ) foi liderada pelos britânicos", disse Yakovenko em entrevista coletiva em Londres.
O embaixador destacou que a Rússia nunca fabricou o agente químico de tipo Novichok que, segundo o Reino Unido, foi que envenenou o ex-espião russo no dia 4 de março em Salisbury (sul da Inglaterra).
"A história do Novichok começa nos Estados Unidos nos anos 90. Não tem nada a ver com a Rússia. Nunca o produzimos, nunca o tivemos", afirmou o diplomata.
Yakovenko antecipou que os resultados das pesquisas da OPAQ "serão apresentados à parte britânica provavelmente no prazo de uma semana".
"Dependerá dos britânicos torná-los acessíveis aos demais membros da organização (...)", afirmou.
O embaixador pediu a Londres que dê acesso à Rússia às provas colhidas pelos investigadores em Salisbury (Inglaterra), onde Skripal e sua filha foram encontrados inconscientes após terem sido envenenados.
Yakovenko também pediu que pessoal do Governo russo possa visitar ambos no hospital onde estão internados e se mostrou "feliz" com a melhora na saúde de Yulia Skripal.
"Para nós está muito claro que ambos foram envenenados. São cidadãos russos e queremos saber a verdade. É uma coisa muito séria", continuou o diplomata, insistindo em que "a Rússia não tem nenhum problema com Sergei Skripal".