O exército russo propôs aos rebeldes circunscritos em Ghouta oriental, na periferia leste da capital, Damasco, uma evacuação protegida da zona cercada pelas forças sírias e seus aliados. O ministério russo da Defesa indica estar pronto a garantir o transporte dos rebeldes e das suas famílias comprometendo-se a dar-lhes imunidade contra qualquer ação judicial.
Por João Matos | RFi
De um lado, forças russas na Síria propoem uma evacuação dos rebeldes encurralados em Ghouta oriental, devido ao cerco das forças sírias, e por outro, temos o mesmo exército sírio e seus aliados a bombardear os rebeldes, matando 9 civis e penetrando cada vez mais no interior do terreno sem respeitar a trégua.
Coluna de carros da Cruz vermelha internacional com ajuda humanitária a Ghouta oriental a 5 de março de 2018 | REUTERS/Omar Sanadiki |
Os bombardeamentos intensivos foram confirmados pelo observatório sírio dos direitos humanos, que reafirmou que a trégua instaurada por Moscovo não é respeitada.
É neste jogo duplo que surge o ministério russo da Defesa a oferecer uma saída táctica aos rebeldes com a garantia de que podem mesmo abandonar a região levando com eles as suas armas pessoais.
O grupo rebelde Failak al Rahman, membro do Exército sírio livre, disse não ter nenhum conctacto com Moscovo sobre o assunto mas que a proposta russa conduzirá a uma "deslocação forçada de população", quando várias centenas de milhares de pessoas ainda vivem no enclave rebelde.
A ONU, anunciou, por seu lado, esta manhã, que ia tentar enviar para o local uma coluna de carros com ajuda humanitária. Ontem, 14 dos seus 46 camiões que puderam entrar na região não conseguiram descarregar a totalidade das suas cargas, devido aos bombardeamentos.
Em Ghouta oriental, os bombardeamentos das forças sírias e russas desde 18 de fevereiro, já fizeram mais de 790 civis, dos quais 175 crianças.