Os incidentes e enfrentamentos registrados na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel na manhã desta sexta-feira, no protesto denominado Grande Marcha do Retorno, convocado pelo Hamas por ocasião do Dia da Terra, resultaram na morte de sete palestinos e deixaram outros 500 feridos.
EFE
Cidade de Gaza - Cerca de 17 mil pessoas se aproximaram da cerca divisória em pontos da Faixa de Gaza, e o exército israelense respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e outros meios de dispersão, e também com munição real contra os que se aproximam da cerca além do permitido.
Palestinos transportam uma das vítimas dos enfrentamentos desta sexta-feira (30). EFE/Mohammed Saber |
Segundo confirmou à Agência Efe o porta-voz do Ministério da Saúde do Hamas em Gaza, Ashraf al Qedra, soldados israelenses atiraram durante a manhã contra dois camponeses que transitavam em suas terras perto da fronteira no sudeste da cidade de Khan Yunis, sendo que um deles, de 27 anos, morreu e o outro ficou ferido.
Mais tarde, após o início das manifestações que reuniram milhares de pessoas que seguiram a pé rumo a seis pontos da fronteira, outros seis palestinos morreram e por volta de 500 ficaram feridos por fogo israelense em confrontos violentos, de acordo com Qedra.
Segundo relataram à Efe algumas testemunhas, vários jovens palestinos atiraram pedras contra soldados israelenses, que responderam com gás lacrimogêneo para dispersar os milhares de homens, mulheres e crianças que compareceram a seis pontos da divisa com bandeiras palestinas em resposta ao chamado do movimento Hamas para uma participação maciça nas marchas de hoje.
O evento de protesto coincide com o Dia da Terra, no qual os palestinos lembram a morte de seis árabes-israelenses na Galileia, no norte de Israel, em 1976 em protestos contra o confisco de terras.
O movimento islamita Hamas pediu à população de Gaza que fizesse um protesto sentado e com acampamentos até 15 de maio, dia da Nakba (Catástrofe), no qual os palestinos lembram o êxodo provocado pela criação de Israel em 1948.
O exército israelense afirmou em comunicado que "17 mil palestinos se manifestam violentamente em cinco localidades diferentes da Faixa de Gaza. Os manifestantes estão atirando pneus incendiados, coquetéis molotov e pedras contra a cerca de segurança", enquanto as tropas do exército "respondem com meios de dispersão e atirando contra os principais instigadores".
"Com um reforço em suas tropas, o exército israelense está preparado para responder às manifestações violentas programadas em toda a Faixa de Gaza, se for necessário" diz a nota, na qual as forças israelenses acrescentaram que "a organização terrorista Hamas põe em risco as vidas das pessoas de Gaza e as utiliza par camuflar suas atividades terroristas".