Estradas foram bloqueadas e a cidade de Duma, em Guta Oriental, está isolada. Região é o último reduto de rebeldes contra regime do ditador sírio
Por G1
Forças pró-governo da Síria isolaram neste sábado (10) a cidade de Duma, em Guta Oriental, atualmente uma das últimas regiões sob controle de rebeldes que lutam contra o regime do ditador Bashar Al-Assad. A informação é da ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Foto mostra homem passando por destroços em Duma, na região de Guta Oriental, na quinta-feira (8) (Foto: Hamza Al-Ajweh / AFP) |
Tropas leais ao ditador, segundo a ONG, cortaram ligações da cidade de Duma com Harasta, mantendo essas duas regiões isoladas entre si. Também foram cortadas a ligação com a zona rural de Al Rihan. Houve bloqueio de estradas e de comunicações.
Um correspondente da agência France Presse em Duma confirmou que a cidade era alvo de bombardeios aéreos e ataques de artilharia neste sábado (10). As ruas estavam vazias.
Desde o 25 de fevereiro, diz a agência Efe, Guta Oriental sofre uma ofensiva terrestre do exército sírio e de seus aliados, que aumentaram seus bombardeios e disparos de artilharia em uma intensificação do conflito que já causou a morte de mil pessoas.
O conflito na Síria, iniciado em março de 2011, deixou mais de 340.000 mortos e milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar suas casas, diz a France Presse.
Conflitos com mílicia curda e Turquia
Ao mesmo tempo em que ocorrem os ataques em Guta, diz a France Presse, o exército turco e grupos rebeldes sírios aliados estavam neste sábado (10) a apenas quatro quilômetros da cidade de Afrin.
A região no noroeste da Síria é reduto da milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG). A Turquia deseja expulsá-los de sua fronteira e, por isso, realiza uma ofensiva militar desde o dia 20 de janeiro.
Desde então, a ofensiva turca matou mais de 200 civis, segundo o ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, o que o governo turco nega.
Mais de 370 combatentes curdos também faleceram, assim como 340 membros das forças pró-Turquia, de acordo com a ONG.