Secretário de Defesa disse que as ameaças vão virar retaliações se os ataques com cloro forem confirmados.
Por G1
O secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, advertiu a Síria neste domingo. Segundo ele, seria "muito imprudente" o uso de armas químicas, citando relatos não confirmados de ataques com cloro no leste de Guta, nos arredores de Damasco.
Crianças reúnem madeira em Guta na sexta-feira (9) (Foto: Bassam Khabieh/Reuters) |
Mattis disse que as ameaças vão virar retaliações se os ataques com cloro forem confirmados. O governo sírio nega.
"Nós deixamos muito claro que seria muito insensato usar armas químicas contra a população e os civis em qualquer campo de batalha", afirmou à imprensa durante a viagem ao Golfo.
A advertência de Mattis, que recordou os bombardeios americanos do ano passado na Síria após um ataque com armas químicas, acontece após informações sobre o uso de cloro pelas forças do regime sírio na zona controlada pelos rebeldes perto de Damasco.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, prometeu continuar a ofensiva ao leste de Guta. Ele já recuperou o controle de várias áreas rebeldes com apoio russo e iraniano.
Aviso à Rússia
Mattis repreendeu Moscou por se associar com Assad. "Ou a Rússia é incompetente ou está conspirando com Assad. Há uma grande quantidade de relatórios sobre o uso de cloro ou sobre sintomas que poderiam ser decorrentes do uso de gás", disse Mattis.
Em abril do ano passado, o presidente Trump ordenou o lançamento de um míssil contra uma base aérea do regime sírio depois que Washington declarou que a instalação havia sido utilizada para executar um ataque mortal com gás sarin contra uma cidade vizinha.
O uso de cloro como arma está proibido pela lei internacional e a Rússia é responsável por supervisionar a destruição do arsenal químico sírio.
Na região de Guta Oriental, de cerca de 100 quilômetros quadrados, 400 mil pessoas vivem cercados por forças pró-Damasco. O cerco a Guta Oriental teve início em 2013, dois anos depois de explodir a guerra na Síria.
Em fevereiro deste ano, a Organização das Nações Unidos (ONU) abriu uma investigação sobre os supostos ataques químicos do regime sírio contra localidades controladas pelos rebeldes.
Mais de mil mortos
Mais de mil civis morreram desde o início, há três semanas, da ofensiva do regime sírio contra o enclave rebelde de Guta Oriental, de acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). Das 1.002 vítimas contabilizadas até o momento, 215 são crianças, segundo a ONG com sede em Londres que monitora a guerra civil na Síria.
A região sitiada pelo regime fica nos arredores de Damasco e é um antigo destino de viagens de final de semana para os moradores da capital síria. Atualmente, tornou-se um dos últimos redutos de rebeldes que lutam contra o regime do ditador Bashar Al-Assad.
Apesar de a Organização das Nações Unidas (ONU) ter aprovado um cessar-fogo para a região, ele não foi colocado em prática. Nem mesmo durante as cinco horas diárias, que os russos se comprometeram a respeitar, a trégua humanitária funcionou. A Rússia culpa os rebeldes.