Tropas da Turquia ocuparam cidade em ofensiva contra milícia curda YPG
G1
O regime sírio condenou nesta segunda-feira (19) a "ocupação turca" da cidade de Afrin, exigindo a "retirada imediata" das tropas de Ancara presentes na Síria, segundo o ministério das Relações Exteriores citado pela agência oficial Sana.
O regime sírio condenou nesta segunda-feira (19) a "ocupação turca" da cidade de Afrin, exigindo a "retirada imediata" das tropas de Ancara presentes na Síria, segundo o ministério das Relações Exteriores citado pela agência oficial Sana.
Rebeldes do Exército Livre da Síria, apoiados pelas tropas turcas, são vistos nesta segunda-feira (19) em Afrin (Foto: Khalil Ashawi/Reuters) |
As tropas turcas e os rebeldes sírios aliados conquistaram no domingo a grande cidade de Afrin e o presidente turco Recep Tayyip Erdogan prometeu expandir a ofensiva para outros territórios curdos no norte da Síria.
"A Síria condena a ocupação turca em Afrin e seus crimes e exige a retirada imediata das forças invasoras dos territórios sírios que ocupam", indica uma carta enviada ao secretário-geral da ONU e ao presidente do Conselho Conselho de Segurança, citado por Sana.
Em 20 de janeiro, a Turquia lançou, com a ajuda de rebeldes sírios, uma ofensiva no território de Afrin, situado em sua fronteira. O objetivo é expulsar da fronteira a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), considerada um grupo "terrorista" por Ancara, mas vista como uma aliada por Washington na luta contra os extremistas do Estado Islâmico na Síria.
A Turquia acusa as YPG de terem vínculos com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a organização armada dos curdos turcos que fazia uma guerra de guerrilhas.
A administração semi-autônoma curda exigiu a intervenção do regime de Damasco e a implantação do seu exército na fronteira para proteger o enclave de Afrin contra a ofensiva de Ancara. O regime, que condenou em várias ocasiões a "agressão" turca, nunca respondeu a este apelo e enviou apenas um número limitado de combatentes pró-regime para apoiar os combatentes curdos.
Ancara nunca escondeu sua hostilidade à autonomia de fato adquirida pelos curdos da Síria nos vastos territórios perto da fronteira turca.
Cruz Vermelha cobra acesso
O avanço das forças pró-turcas e seus aliados levou a um êxodo em massa de civis nos últimos dias e aumentou o medo de um novo drama humanitário em um país devastado por uma guerra que deixou mais de 350 mil mortos e milhões de deslocados e refugiados desde 2011.
O presidente do Comitê Internacional da Cruz Vermelha solicitou nesta segunda um acesso humanitário a Afrin para levar ajuda.
"Agora, com os combates, temos um grande número de pessoas deslocadas (...) Portanto, temos que encontrar a melhor maneira de alcançar essa população no decorrer dos próximos dias e semanas, e espero que seja possível" declarou Peter Maurer à imprensa em Genebra.
Suprimentos e recursos financeiros
A Organização das Nações Unidas (ONU) fez um apelo nesta segunda por suprimentos urgentes e recursos financeiros para ajudar os sírios apanhados em zonas de guerra, dizendo que eles estão "cansados, com fome, traumatizados e com medo".
"A ONU na Síria está pedindo urgentemente ajuda para conter a situação catastrófica para dezenas de milhares de pessoas de Guta Oriental e Afrin", disse o departamento humanitário da ONU em Damasco em um comunicado.