O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou nesta segunda-feira com "consequências" se o regime de Bashar al-Assad apoiar as milícias curdas no noroeste da Síria, contra as quais o exército turco lançou uma ofensiva no final de janeiro.
EFE
Em uma conversa telefônica com o presidente russo Vladimir Putin, Erdogan advertiu que "se o regime sírio escolher esse caminho, haverá consequências", informou a emissora turca "NTV", citando fontes da presidência turca.
Recep Tayyip Erdogan | Reprodução |
Erdogan se referiu assim ao anúncio de que o governo sírio chegou a um acordo para apoiar as Unidades de Proteção Popular (YPG, na sigla em curdo), as milícias curdas que o exército turco enfrenta há um mês.
O governante turco assegurou a Putin que a operação lançada em 20 de janeiro contra o cantão curdo de Afrin na Síria continua segundo o planejado.
Ancara pretende tomar o controle deste território de cerca de 2 mil quilômetros quadrados, que está desde o início da guerra civil síria sob controle das YPG, porque considera estas milícias curdo-sírias um ramo do proscrito Partido de Trabalhadores do Curdistão (PKK), a guerrilha curda ativa na Turquia.
Horas antes, o ministro de Relações Exteriores turco, Mevlüt Çavusoglu, tinha declarado durante uma visita à Jordânia que a Turquia aceitaria a presença de tropas sírias em Afrin, sempre que viessem para expulsar as milícias curdas.
Mas caso contrário, "nada poderia deter o Exército turco", advertiu o diplomata.
Putin e Erdogan também falaram sobre a expansão da presença militar na província de Idlib, ao sul de Afrin, aponta a agência semipública turca "Anadolu".
Desde outubro, há tropas turcas que contam com a autorização da Rússia e do Irã nesta zona, até agora controlada por milícias islamitas alçadas em armas contra Al Assad.
A Turquia deve estabelecer um novo ponto de controle cerca de 70 quilômetros da sua fronteira e a apenas 10 quilômetros da linha de frente com as forças do regime sírio, informou a "Anadolu".