Combates entre o regime e grupos rebeldes se tornaram mais intensos neste subúrbio de Damasco nos últimos dias. Saiba quais são as principais organizações envolvidas nas lutas.
Wesley Dockery | Deutsch Welle
O subúrbio de Ghouta Oriental é uma das últimas áreas sob controle de grupos rebeldes na Síria. Os rebeldes, que lutam para derrubar o presidente Bashar al-Assad, estão sendo bombardeados por jatos militares do governo sírio. As Nações Unidas descreveram os bombardeios como "sofrimento humano absurdo."
Um combatente do grupo Jaysh al-Islam, o maior em Ghouta Oriental |
Cerca de 400 mil pessoas residem em Ghouta Oriental, um subúrbio de Damasco, e o território controlado pelos rebeldes é de cerca de 100 quilômetros quadrados.
Os grupos rebeldes sírios estão negociando com a Rússia, um dos principais aliados de Assad, para encerrar os bombardeios em Ghouta Oriental.
"Estamos tentando fazer o que pudermos, negociando com os próprios russos para que eles intercedam pelo fim desse massacre", afirmou o chefe da equipe de negociação da oposição síria, Nasr al-Hariri, à agência de notícias DPA.
A violência na região faz parte da ampliação da ofensiva por parte das Forças Armadas de Assad para tentar encerrar a revolta contra o regime, que já se estende por sete anos.
Estes são os três principais grupos rebeldes em Ghouta Oriental:
Jaysh al-Islam: o Jaysh al-Islam, ou Exército do Islã, é uma coalizão baseada na área de Damasco e em Ghouta Oriental. Ele luta para substituir o governo Assad por um governo baseado no sharia (lei islâmica). O fundador do grupo, Zahran Aloush, é o responsável por recrutar muitos dos seus membros e ampliou o arsenal de equipamento militar. Ele foi morto por militares sírios em 2015, num ataque aéreo. O novo líder é Abu Hammam al-Buowadani. Esta é a maior facção rebelde na região de Ghouta Oriental, com cerca de 10 mil a 15 mil membros. O grupo teria recebido dinheiro da Arábia Saudita, mas nega essa alegação.
Faylaq al-Rahman: a Faylaq al-Rahman, ou Legião al-Rahman, também é baseada em Ghouta Oriental e é aliada ao Catar. Ela está ligada ao Exército Livre da Síria, uma das maiores coalizões rebeldes, formada no início da guerra civil, em 2011. A organização se descreve como "uma entidade revolucionária militar objetivando a queda do regime sírio", mas não pretende transformar a Síria num Estado islâmico. O grupo possui mísseis antitanque BGM-71 TOW, de fabricação americana. A organização é rival do Jaysh al-Islam e se aliou à Hay'at Tahrir al-Sham.
Hay'at Tahrir al-Sham: a organização salafista Hay'at Tahrir al-Sham, ou Organização para a Libertação do Levante, é basicamente formada por membros da antiga Frente al-Nusra e já foi acusada de ser a filial local da Al Qaeda. O grupo nega fazer parte da rede terrorista. Ele é liderado por Hasim al-Sheikh, também conhecido como Abu Jabr, e é baseado na cidade de Idlib, no noroeste do país. O organização defende o uso de violência para implementar uma doutrina religiosa ultraconservadora.