O presidente russo, Vladimir Putin, advertiu nesta quarta-feira que a Rússia não tolerará "eternamente" os ataques terroristas contra Ghouta Oriental, onde rege uma pausa humanitária desde segunda-feira.
EFE
"Algumas vezes os ataques com obuses e bombas chegam a 50 ou 80 por dia. As bombas caem inclusive no território da nossa embaixada e legação comercial. O que vamos fazer, tolerá-los eternamente? Certamente que não", disse Putin em entrevista coletiva.
Vladimir Putin | Reprodução |
Putin lembrou que a resolução 2401 aprovada no fim de semana pelo Conselho de Segurança da ONU não contempla a suspensão da luta contra os grupos terroristas em território sírio.
"Infelizmente, em Ghouta Oriental não há poucas forças extremistas, são representantes de toda uma série de organizações terroristas que foram incluídas nas correspondentes listas da ONU", ressaltou.
Putin afirmou que, se "todos (os países) juntos adotarem esforços comuns para que a situação se normalize em todo o país e em Ghouta Oriental, em particular, teremos sucesso".
Por outro lado, acrescentou, "se vamos ficar cada um de um lado e buscar vantagens táticas e políticas imediatas, então poucas coisas sairão bem".
E lembrou que após falar com seus colegas alemão e francês, e pactuar com o regime de Bashar Al Assad, ordenou criar corredores humanitários para tirar da zona feridos, doentes e crianças.
Quanto à solução definitiva do conflito, afirmou que está em mãos de ambos bandos e do seu desejo de regular e de conservar as integridade territoriais e a unidade do país.
Os militares russos denunciaram hoje que, por culpa dos ataques dos terroristas, os civis não puderam aproveitar por segunda jornada consecutiva os corredores humanitários para ser evacuado da zona.
Concretamente, cerca de 300 civis tentaram acessar tais corredores esta manhã, mas os terroristas começaram a atacar, o que lhes obrigou a dar a volta e retornar aos seus lares.
O vice-ministro de Relações Exteriores russo, Serguey Riabkov, acusou hoje as forças externas que respaldam a oposição síria dos problemas para pôr em prática a pausa humanitária em Ghouta.