Impor uma proibição total das exportações de petróleo para a Coreia do Norte significaria um bloqueio total e seria considerado por Pyongyang como uma declaração de guerra, advertiu o embaixador da Rússia na Coreia do Norte.
Sputnik
O Conselho de Segurança da ONU (UNSC) aprovou por unanimidade uma nova rodada de sanções no Norte em dezembro do ano passado, cortando as importações de petróleo e petróleo do país. O movimento foi em resposta ao último lançamento do teste de mísseis balísticos de Pyongyang.
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O enviado da Rússia à Coreia do Norte, Alexander Matsegora, alertou contra o corte de reservas de petróleo para o país.
"Se os suprimentos de petróleo e produtos petrolíferos forem interrompidos, isso significaria um bloqueio completo à RPDC [Coreia do Norte]", disse Matsegora em entrevista à Sputnik na última quarta-feira.
Pyongyang disse repetidamente que tal movimento será "percebido como uma declaração de guerra com todas as suas consequências", continuou o chanceler russo.
Matsegora disse que as sanções da ONU sancionam os estoques de petróleo para cerca de 540 mil toneladas de petróleo bruto da China e cerca de 60 mil toneladas de petróleo refinado de outros países. Isso já é "uma gota no oceano".
À época, analistas afirmaram que a proposta original dos EUA previa o corte completo do fornecimento de petróleo e derivados aos norte-coreanos. Contudo, o documento jamais seria aprovado segundo Washington, já que Pequim e Moscou iriam usar o seu poder de veto.
Acredita-se que Pequim seja a principal linha de vida econômica de Pyongyang, que representa quase todo o comércio e o fornecimento de energia do Norte. O regime de sanções reforçadas levou a uma queda de 50% no comércio da China com a Coreia do Norte em dezembro.
Além das sanções econômicas existentes aprovadas pelo UNSC de 15 membros, Washington impôs medidas punitivas unilaterais. Tais movimentos foram repetidamente denunciados por Moscou, que considera inaceitáveis em termos de direito internacional.
Washington também pediu aos seus aliados que aumentassem a pressão sobre Pyongyang durante uma cúpula em Vancouver. A reunião definida conjuntamente entre os EUA e o Canadá, em meados de janeiro, viu 20 outras nações concordando com novas sanções econômicas.
Rússia e China — que não foram convidadas para Vancouver — condenaram a mudança. O Ministério de Relações Exteriores da Rússia disse que a reunião demonstrou "desrespeito absoluto" pela autoridade do CSNU.
A pasta acrescentou que a reunião não ofereceu qualquer alternativa à iniciativa chinesa-russa existente, a chamada de "duplo congelamento", que pede que Pyongyang suspenda seus testes nucleares, com Seul e Washington impedindo seus exercícios conjuntos na região.