O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, acordaram nesta quinta-feira a realização de uma cúpula trilateral como Irã na cidade de Istambul para continuar negociando o futuro da Síria, apontou a agência turca "Anadolu", que cita fontes da Presidência.
EFE
Erdogan e Putin conversaram hoje por telefone para avaliar a situação tanto no cantão curdo-sírio de Afrin como na adjacente província de Idlib.
Putin e Erdogan em foto de 2017. EFE/ Alexei Druzhinin/ Sputnik |
Durante esta conversa, os dois governantes concordaram em convocar em Istambul a citada cúpula, embora até o momento não tenham sido dados detalhes sobre a possível data.
O presidente do Irã, Hassan Rohani, participou em novembro do ano passado, na cidade russa de Sochi, de um encontro dedicado à Síria com Putin e Erdogan, mas não compareceu à reunião auspiciada por eles na mesma cidade no final de janeiro deste ano.
Durante um discurso hoje em Ancara diante de membros do governo local, Erdogan não mencionou a futura cúpula, mas reiterou sua rejeição a negociar com o presidente sírio, Bashar al Assad.
"Eles me dizem: Fale com Assad. Do que podemos falar com alguém que matou um milhão de cidadãos?", disse o presidente turco.
"Para nós o importante é o povo sírio, não Assad. Porque Assad pratica o terrorismo de Estado. Continua matando agora", acrescentou.
Erdogan afirmou que a invasão turca de Afrin, lançada em 20 de janeiro sob o nome de "Operação Ramo de Oliveira", tinha a finalidade de pacificar este território para facilitar o retorno de refugiados sírios residentes na Turquia, e que uma ação similar ocorreria depois na província de Idlib.
"Solucionaremos a questão de Afrin, e depois a de Idlib, e queremos que os nossos irmãos refugiados voltem ao seu próprio país. De toda forma, não podemos hospedar indefinidamente 3,5 milhões. Além disso, eles mesmos querem (retornar)", disse o chefe de Estado.
Por outro lado, o presidente turco reafirmou a intenção, anunciada já na terça-feira, de retirar o adjetivo "turco" da Ordem Profissional de Advogados e de Médicos (TTB), por não aprovar sua política, depois que a TTB assinou um manifesto "contra a guerra", sem especificar qual, embora tenha sido interpretada como uma postura contra a ofensiva em Afrin.
"A União de Médicos Turcos não está de acordo com o caráter turco. Tampouco a União de Ordens Profissionais de Advogados da Turquia. Agora serão removidos (o nome) por lei, por decisão do Conselho de Ministros. Já não poderão usar o nome de turco nem da Turquia. Usarão quem merecer", disse Erdogan.