Netanyahu afirma que país deu "duros golpes" ao bombardear alvos do Irã e da Síria no país vizinho. Ataques aéreos foram resposta a drone iraniano e derrubada de caça israelense.
Deutsch Welle
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou neste domingo (11/02) que seu país deu "duros golpes" contra forças iranianas e sírias e prometeu agir novamente se necessário. Neste sábado, Israel atacou alvos iranianos e sírios na Síria, no mais sério envolvimento israelense no país vizinho desde o início da guerra civil, há sete anos.
Benjamin Netanyahu |
Israel ordenou os bombardeios após interceptar um drone iraniano que teria invadido seu espaço aéreo a após um caça F-16 israelense ser derrubado – "provavelmente" por baterias antiaéreas sírias, segundo o Exército de Israel.
"Ontem demos duros golpes contra as forças do Irã e da Síria. Deixamos inequivocamente claro a todos que nosso modus operandi não mudou", disse Netanyahu. "Vamos continuar atacando a cada tentativa de nos atacar. Essa tem sido a nossa política, e assim vai continuar sendo."
De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, ao menos seis pessoas foram mortas nos bombardeios israelenses, incluindo soldados sírios e milicianos aliados.
Os bombardeios foram os mais intensos de Israel na Síria em décadas. Durante os ataques em resposta à suposta invasão do drone iraniano – que Teerã nega –, os caças israelenses foram alvo das baterias antiaéreas sírias, e os pilotos de um dos F-16s tiveram que se ejetar antes de o avião cair no norte de Israel. Um deles ficou gravemente e outro levemente ferido. Israel respondeu novamente.
Irã e Hisbolá na Síria
Israel vem tentando se manter relativamente distante da guerra civil na vizinha Síria desde que o conflito teve início, em 2011, apesar de ter realizado uma série de ataques aéreos contra carregamentos de armas supostamente destinados ao libanês Hisbolá, grupo militante aliado do Irã e da Síria.
Recentemente, autoridades israelenses vêm alertando para o fato de o Irã e seus aliados xiitas estarem se estabelecendo permanentemente na Síria, que poderia se voltar contra Israel.
Autoridades israelenses temem que Teerã use seu território na Síria para efetuar ataques ou criar um corredor do Irã para o Líbano, que facilitaria a transferência de armas para o Hisbolá. Israel combateu o grupo militante xiita combateu Israel na devastadora Guerra do Líbano de 2006.
O governo israelense já havia derrubado uma série de drones que tentaram invadir seu espaço aéreo a partir da Síria, mas a captura de um drone iraniano e ataques a alvos do Irã marcam uma escalada dramática na retaliação por parte de Israel.
O país reclama há tempos do envolvimento do arqui-inimigo Irã e do aliado Hisbolá na guerra síria. Ambos enviaram forças para apoiar o regime de Bashar al-Assad. Israel afirma que não aceitará uma presença militar permanente do Irã e de seus aliados na Síria, especialmente nos arredores da fronteira.
Moscou e Washington reagem
Em reação aos ataques israelenses deste sábado, o Ministério do Exterior da Rússia, que apoia Assad na guerra civil, criticou a ofensiva, afirmando ser inaceitável que se criem ameaças a militares russos que se encontram na Síria. O presidente russo, Vladimir Putin, pediu que Netanyahu evite uma escalada no conflito sírio.
Os EUA, principais aliados de Israel, aprovaram a atitude do país. A Casa Branca emitiu um comunicado afirmando apoiar "o direito de Israel de se defender de forças milicianas apoiadas pelo Irá e pela Síria". "Pedimos ao Irã e a seus aliados para cessar com ações provocativas e trabalhar a favor da paz regional", diz a nota.