O governo indiano cancelou seu planejamento de dois anos para produzir 114 caças monomotores com colaboração estrangeira no enfoque “Make in India”, com um custo estimado de Rs 1,15 lakh crore (quase US$ 18 bilhões), em meio à disputa política entre o BJP (Bharatiya Janata Party – Partido Indiano do Povo) e o Congresso pelo contrato de Rs 59,000 crore para 36 jatos franceses Rafale.
Por Rajat Pandit | Times of India | Poder Aéreo
NOVA DELHI – As principais fontes disseram que o Ministério da Defesa (MoD) ordenou à Força Aérea Indiana – IAF a redução para apenas 31 esquadrões de combate (cada um com 18 jatos), quando no momento são necessários pelo menos 42 esquadrões para conter a “ameaça colusiva” do Paquistão e da China, para apresentar uma nova proposta que levará em consideração tanto caças de um e dois motores.
Saab Gripen E oferecido para a Índia |
“O plano original colocou uma restrição desnecessária em apenas caças de um único motor, o que limitou a competição a apenas dois jatos (F-16 americano e Gripen E sueco). O objetivo é aumentar os concorrentes e evitar alegações desnecessárias mais tarde”, disse uma fonte.
Aliás, o fabricante do F-16, Lockheed Martin, associou-se à Tata Advance Defense Systems Ltd, enquanto a fabricante de aviões sueca Saab uniu-se ao Grupo Adani em antecipação ao mega projeto para produzir os caças na Índia sob a política de “parceria estratégica” do MoD, como relatado anteriormente pelo Times of India.
Diante de mais um atraso de dois anos, o que assegurará que a força cercada de inimigos não poderá alcançar a capacidade sancionada de 42 esquadrões, mesmo em 2032, conforme projetado anteriormente, a IAF está agora lutando para finalizar o novo plano com base em seus requisitos operacionais, a necessária transferência de tecnologia e outros aspectos.
Foi o então ministro da Defesa, Manohar Parrikar, que aconselhou a IAF a entrar na linha de produção de motor único, porque ele disse que o país poderia pagar apenas 36 dos Rafales bimotores para atender sua “necessidade operacional crítica” imediata. Os caças de motor único, é claro, têm menor custo de aquisição e operação, mesmo que haja um pequeno comprometimento na capacidade.
Os 36 Rafales, comprados em “flyaway condition” pelo governo da NDA (National Democratic Alliance – coalizão de partidos de centro-direita que atualmente governa a Índia) após o desmantelamento do projeto original MMRCA (Medium Multi-Role Combat Aircraft) para 126 jatos iniciado pelo regime anterior da UPA (United Progressive Alliance – coalizão de partidos de centro-esquerda), serão entregues em 2019-2022 sob o contrato de 7,8 bilhões de euros assinado em setembro de 2016.
Mas eles sozinhos não compõem os números. Com todos os 10 esquadrões existentes de MiG-21 e MiG-27 existentes com aposentadoria em 2022, prevê-se que o número de esquadrões descerá para 19 até 2027, e poderá ser reduzido para 16 até 2032, dado o longo atraso no desenvolvimento do caça autóctone LCA Tejas.
O novo projeto para incluir caças de um e dois motores será, de fato, uma repetição do projeto MMRCA proposto pela primeira vez pela IAF em 2001-2002. A concorrência formal ou RFP (pedido de propostas) para o projeto MMRCA, sob o qual os primeiros 18 jatos seriam fornecidos em condição “flyaway” e os restantes 108 licenciados e produzidos pela empresa PSU Hindustan Aeronautics, foi lançado em 2007.
Enquanto o F-16 e o Gripen E, bem como o bimotor russo MiG-35 e o americano F/A-18 foram rejeitados após testes de campo exaustivos, em 2012 o Rafale surgiu como vencedor sobre o Eurofighter Typhoon, após avaliação comercial. Mas as negociações finais foram bloqueadas por muito tempo antes de serem descartadas em junho de 2015 pelo governo da NDA.